Da Redação
MANAUS – Muito apreciado no Amazonas, mas pouco explorado na culinária nacional, o pirarucu (Arapaima gigas) manteve em alta a preferência do consumidor este ano no estado. A captura da espécie aumentou de 29% nas Unidades de Conservação, atingindo 47.063 unidades. No ano passado foram capturados 36.480 unidades. A atividade envolve 1,2 mil famílias ribeirinhas, segundo dados da Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente).
Estabelecida pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a cota de captura orienta o manejo a cada ano para grupos de manejadores associados em suas respectivas entidades de classe (associações, sindicato ou colônias de pesca). No manejo de pirarucu, a cota é calculada em cima da contagem de peixes nos lagos de manejo. Do volume de peixes nos rios e lagos, 30% é retirado para a pesca e o restante é reservado para garantir a manutenção dos recursos pesqueiros e a reprodução da espécie.
Dados do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá mostram que somente na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá – uma das 42 UC gerenciadas pela Sema –, o manejo participativo aumentou em 427% o estoque natural da espécie, desde 1999.
“A pesca manejada do pirarucu já representa uma das cadeias produtivas mais fortes do nosso Estado. O pirarucu que chega na mesa das famílias da nossa região é proveniente de um trabalho da Sema, juntamente com outras instituições, para proporcionar uma alternativa de geração de renda para os ribeirinhos do Amazonas”, disse o secretário de Ambiente Eduardo Taveira.
Mercado
Conforme a Sema, a comercialização do pirarucu manejado no Amazonas, em 2018, movimentou R$ 6 milhões. Foram cerca de 354 toneladas da espécie comercializadas. As famílias ribeirinhas conseguem obter uma renda média de R$ 1.944,34 com a comercialização da espécie.
Com o aumento da cota permitida para manejo em 2019, a expectativa é que a produção e renda apresentem também crescimento. Os dados da produção deste ano serão consolidados no primeiro semestre de 2020.
Gigante amazônico
O pirarucu é um dos maiores peixes de água doce do planeta, chegando a medir até 3 metros e pesar 200 quilos. Seu nome deriva de dois termos indígenas: pira, ‘peixe’, e urucum, ‘vermelho’, devido à cor de sua cauda. Também é um animal com escamas extremamente resistentes, as quais garantem a sua proteção contra outras espécies, como a piranha.