Estamos a um ano das convenções partidárias que vão definir as candidaturas majoritárias e as chapas de vereadores que vão concorrer nas eleições municipais de 2024. É importante que o campo político da esquerda e progressista de Manaus tenha uma candidatura e um programa de governo para administrar a cidade de forma participativa, moderna e inclusiva.
Manaus, segundo o IBGE, tem 2.063.547 habitantes.
habitantes. É a sétima maior cidade do país e a maior da Região Norte e da Amazônia. O mundo se interessa pela Amazônia, cobiça suas riquezas, governos doam recursos para preservá-la e o Governo Lula começa priorizá-la e dar atenção. Manaus está no centro da Amazônia, geograficamente, e cada vez mais politicamente, apesar do Governo do Pará ter levada a COP 2025 para Belém.
Manaus deveria ser a cidade mais verde do Brasil, com águas limpas e saneadas, com políticas ambientais e urbanas que garantissem qualidade de vida para a população e atrativa para o turismo, cada vez mais crescente.
Mas, infelizmente, todos os igarapés de Manaus estão poluídos. A cidade é a cidade das águas. “A água domina isso tudo”, dizia o sociólogo André de Araújo, em 1952, citado por Leno Souza (2016), refletindo sobre os igarapés e as moradias construídas ao longo de suas margens. Apesar de um contrato de que já dura 23 anos com a iniciativa privada, não alcança 20% o tratamento de esgoto na cidade.
Além da precariedade no saneamento básico, a falta de uma política de mobilidade urbana torna a cidade cada vez mais caótica, com trânsito sem planejamento, sistema de transporte precário, caro e inoperante, vias recuperadas no improviso e sem qualidade, bairros sem cuidados, Centro da cidade e área histórica abandonada e perigosa, dentre outras situações lamentáveis em relação ao cuidado com a cidade e seu povo.
Tudo é feito para dificultar a vida da população. No Parque dos Bilhares, querem construir um prédio para uma secretaria e pretendem transferir a Rodoviária para o limite urbano extremo da cidade. Terminais construídos e pagos por uma fábula não estão funcionando e muitas obras caras sendo executadas sem um caráter de urgência social.
Manaus pode ser melhor cuidada. O orçamento de 2023 foi estimado em R$ 7,8 bilhões. Para 2024, a LDO sinalizou previsão do município arrecadar R$ 8,7 bilhões. É muito dinheiro. Não falta recursos para administrar bem a cidade. O que falta é gestão que olhe a cidade a partir das necessidades da população e de uma visão de futuro. Manaus precisa de um governo que escute seus moradores. Uma gestão participativa.
E este deve ser o caminho para uma candidatura de esquerda. Nas eleições de 2024, a Federação: PT, PCdo B e PV, juntamente com o PSB, PDT, Rede e Psol, precisam estar unidos, com uma candidatura majoritária e um plano de governo a ser construído de forma participativa.
Dentro de um ano serão finalizadas as convenções partidárias para a definição das candidaturas e a campanha começará em agosto de 2024.
Nomes não faltam neste campo político. Cada partido já lançou candidaturas em eleições anteriores. Experiência política e conhecimento da cidade também é amplo. Contribuições da sociedade para os planos de governo não faltam. Portanto, o momento é de diálogo e construção da candidatura para 2024 e a formação de chapas para vereadores.
A candidatura de esquerda, ano que vem, com o apoio do presidente Lula, pode ser o grande momento de mudança real que Manaus está precisando, com uma gestão participativa, transparente e inclusiva.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
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