Do ATUAL
MANAUS – Manaus está entre as cinco capitais com as melhores taxas de competitividade eleitoral do país, segundo o Índice de Vitalidade Eleitoral do Instituto Votorantim. A análise é feita a partir de três eixos: “engajamento”, “diversidade e representatividade” e “alinhamento e competitividade”. A ferramenta avalia o comportamento do eleitor e o resultado das escolhas nas eleições.
O índice atribui a cada cidade uma nota de zero a 100. Quanto mais alta, maior é a vitalidade eleitoral. O resultado é calculado a partir do desempenho em cada um dos eixos, que têm pesos iguais.
No eixo engajamento, são considerados o total de votos válidos e participação nas eleições. Na diversidade e representatividade é observada a diversidade entre candidatos, representatividade nos votos e representatividade entre eleitos. Já em alinhamento e competitividade são analisados o alinhamento entre Legislativo e Executivo, competitividade entre candidatos e partidos, proporção de candidatos e partidos efetivos e alternância de partidos no poder a nível municipal.
A média do desempenho dos municípios brasileiros ficou em 65 pontos. Entre as capitais, as cinco melhor posicionadas são Goiânia (71 pontos); Macapá e Rio Branco (69 pontos); e Manaus e Palmas (68 pontos). As capitais com menor vitalidade eleitoral estão no Nordeste: Recife (56 pontos), Salvador (58 pontos) e Maceió (59 pontos).
No ranking das dez cidades com melhor resultado, o Rio Grande do Sul se destaca por ter quatro municípios na lista, seguido de Goiás, com três. As três cidades mais bem colocadas nacionalmente foram Vespasiano Correa (RS) e Cantá (RR), ambas com 78 pontos, seguidas de Uiramutã (RR), com 77 pontos.
Rafael Gioielli, gerente-geral do Votorantim, afirma que o Índice de Vitalidade Eleitoral permite um olhar apreciativo entre todos os municípios brasileiros.
“Por meio dos seus três pilares, avaliamos como está a participação do cidadão nas eleições, como a sociedade local está representada entre candidatos e eleitos e como se dá a competitividade no processo eleitoral e como fica a governabilidade após as eleições”, disse.
A partir dos resultados das eleições é analisado também o alinhamento entre o poder Executivo e o Legislativo, estabelecendo-se como a “zona ideal” quando o percentual de alinhamento do legislativo com o executivo fica entre 40% e 60%. Dentro dessa margem é atribuída a nota 100.
De acordo com o levantamento, 39% dos municípios brasileiros estão dentro desta faixa. “O ideal é uma taxa de alinhamento que permita a governabilidade sem que isso inviabilize a uma oposição com força para garantir o nível de debate democrático”, explica a analista do Programa Cidadania do Instituto Votorantim, Thamara Coelho.
O pilar de competitividade ainda avalia a alternância de poder. Os dados das três últimas eleições são positivos: 93% dos municípios brasileiros tiveram ao menos uma troca de partido no poder executivo municipal. O indicador leva em consideração a possibilidade de reeleição. Ou seja, a alternância só é pontuada após um eventual segundo mandato.
No subindicador “Proporção de candidatos e partidos efetivos”, que avalia as condições efetivas de competição entre os candidatos existentes, os melhores resultados são do Centro-Oeste e Sudeste, com 50 pontos cada. O Nordeste teve o pior desempenho nesse quesito (44 pontos). “Isso indica que apesar de o Nordeste ser uma das regiões com maior engajamento do eleitor, há uma baixa competitividade pois os votos convergem para poucos candidatos”, aponta Gioielli.
A ferramenta é de acesso livre e gratuito, disponível no site Programa Cidadania, do Insituto Votorantim.
Os dados usados pela ferramenta são do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), referente às eleições de 2018 e 2020, e do último Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2010.