Do ATUAL
MANAUS — Em 2023, o Amazonas registrou 202 mil viagens de moradores com domicílios particulares permanentes no estado. Dessas, 166 mil viagens foram por motivos pessoais e 36 mil por razão profissional. O estado também está entre os de menor ocorrência de viagens.
Entre as viagens pessoais, a maior parcela (60 mil – 36%) foi por tratamentos de saúde ou consultas médicas. Outras 41 mil viagens (24,8%) foram realizadas para visitar familiares ou amigos, 35 mil (21,3%) por outros motivos, e 30 mil (17,9%) para lazer.
“Esse dado reflete uma realidade frequente em algumas regiões onde o acesso a cuidados médicos especializados exige deslocamento”, explica Adjalma Nogueira, supervisor estadual do IBGE.
No Norte, 31,2% das viagens foram motivadas por saúde, enquanto a média nacional foi de 19,8%. A região Nordeste liderou com 32,4%.
Os dados constam no módulo turismo da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicado nesta sexta-feira (13), e revelam que em 13% dos domicílios no Amazonas algum morador viajou no ano passado.
Em termos de transporte, 122 mil pessoas no Amazonas não especificaram veículos ou aeronaves. O transporte aéreo foi o mais utilizado, com 42 mil viagens. O ônibus de linha foi utilizado por 16 mil pessoas, enquanto 13 mil viajaram de carro. O transporte por ônibus de excursão e motocicleta foi o menos comum, com 5 mil e 4 mil pessoas, respectivamente.
Estados
No Norte, Tocantins lidera em viagens com 24,1% dos deslocamentos. O Pará aparece em segundo com 22,7%. O Acre teve o menor percentual de domicílios com viagens, com 6%, uma queda em relação aos 8,2% registrados em 2021. Roraima e Amapá também apresentaram números baixos, com 25 mil e 32 mil viagens, respectivamente.
No cenário nacional, São Paulo liderou com 5,4 milhões de viagens, seguido por Minas Gerais com 2,6 milhões e Bahia com 1,6 milhões. No total, 15,3 milhões de domicílios, ou 19,8% do total, relataram viagens em 2023.
Entre as cinco grandes regiões brasileiras, Sergipe (21,4%) e Bahia (20,8%) no Nordeste; Rio Grande do Sul (25,5%) no Sul; Minas Gerais (23,9%) no Sudeste; e Mato Grosso do Sul e Goiás (20,9% cada) no Centro-Oeste apresentaram os maiores percentuais de domicílios com viagens.
Menores gastos
O Amazonas ficou entre as unidades da federação com os menores gastos médios em viagens no destino em 2023. Foi de R$ 1.130 por viagem, o que deixou o estado na 23ª posição no ranking nacional. Em contraste, Alagoas (R$ 3.704), Pernambuco (R$ 2.683) e Bahia (R$ 2.467) registraram os maiores gastos no país.
No gasto diário de pernoite, o Amazonas se posicionou entre os três estados com os menores valores, com uma média de R$ 153 por pessoa. Somente o Amapá (R$ 111) e o Pará (R$ 151) tiveram gastos inferiores.
“Isso sugere uma tendência de viagens mais econômicas ou de curta duração entre os moradores”, cita Adjalma.
No geral, o Norte foi a região menos procurada como destino de viagem no Brasil, representando apenas 6,4% das viagens, enquanto o Sudeste concentrou 43,4% do total.
A PNAD Contínua visa quantificar os fluxos de turistas nacionais entre as diferentes regiões do país e para o exterior. Para isso, foram apurados os gastos e as características das viagens realizadas, os quais, associados a outras variáveis da pesquisa, incluindo o rendimento domiciliar per capita, permitiram uma avaliação consistente da demanda turística doméstica.