Da Redação
MANAUS – As representaram 64% do atendimento na DPE-AM (Defensoria Pública do Estado do Amazonas) entre 2020 e 2021. Segundo a DPE, esse índice reflete a maior vulnerabilidade feminina na sociedade e a desigualdade de gênero.
Das 60.507 pessoas que tiveram o gênero identificado nos atendimentos no período, 38.483 são mulheres. Os homens foram 14.586 e outros 7.403 são pessoas jurídicas – ou o atendimento foi feito sem o devido preenchimento do campo sobre gênero.
De acordo com o levantamento, das 21.206 pessoas atendidas em 2020, 12.453 eram mulheres, o equivalente a 59% do total. Naquele ano, os homens somaram 5.094 e os atendimentos sem o preenchimento sobre o gênero somaram 3.659.
Em 2021, das 32.880 pessoas atendidas pela DPE, 21.197 eram mulheres, ou 64% do total. Os homens registrados contabilizaram 7.908. E os atendimentos sem o preenchimento sobre o gênero somaram 3.775.
Em 2022, nos meses de janeiro e fevereiro, a Defensoria já realizou atendimento a 6.421 pessoas. Deste total, as mulheres somam 4.833, o equivalente a 75% do total, e os homens são 1.584.
“O elevado número de mulheres que são atendidas pela Defensoria se explica, primeiramente, em razão da desigualdade de gênero. As mulheres ainda recebem salários menores que os homens, desempenhando as mesmas funções. A maternidade, por exemplo, é um dos principais motivos de discriminação no mercado de trabalho”, diz a defensora pública Hélvia Castro, coordenadora da área de Família.
“Com os salários baixos e a falta de emprego, muitas mulheres acabam tornando-se hipossuficientes financeiras, se enquadrando, assim, no perfil dos assistidos e assistidas da Defensoria Pública”, avalia a defensora.
A empregada doméstica Maria do Socorro, 58, é uma das mulheres que buscou atendimento. Ela está separada há mais de dois anos e foi à DPE acompanhada do ex-marido, para dar entrada no divórcio.
“Nossa separação foi de forma amigável. Não dava mais certo. Temos um filho adotivo que mora com ele e sempre estou por lá cuidando da casa e deles. Meu ex-marido é uma bela pessoa. Nossa separação deu certo, foi sem brigas e agora cada uma vai seguir sua vida. A amizade continua”, disse.
Na Defensoria do Amazonas, o maior número de demandas está concentrado na área da Família, que envolve ações de pensão alimentícia, guarda e divórcio, entre outras. Nos anos de 2020 e 2021, 433.856 atos de atendimento foram da área de Família. Os outros 579.064 atendimentos ficaram distribuídos entre as demais áreas: Cível, Criminal e Psicologia e Serviço Social.