
Da Redação
MANAUS – Após o Magazine Luiza divulgar um trainee exclusivo para negros na sexta-feira, 18, a empresa foi alvo de ataques nas redes sociais e a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração da Magazine Luiza, declarou que não irá desistir.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Luiza Trajano diz que já esperava críticas, mas diz que o programa tem respaldo legal. “Acreditamos que as pessoas vão entrar juridicamente, mas a gente vai lutar e não vamos desistir tão fácil”, disse.
Atualmente, o Magazine Luiza tem em seu quadro de funcionários 53% de pretos e pardos. Entretanto, somente 16% deles ocupam cargos de liderança.
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Segundo Trajano, a ideia do programa veio após perceberem que as exigências da empresa excluíam negros.
“Há uns três ou quatro anos eu reservo três vagas a mais no nosso programa de trainee só para negros. Mas nunca conseguimos [preenchê-las]. Eles não se inscreviam. O processo seletivo não ia de acordo e a gente entendeu que as exigências excluíam negros”, disse.
Trajano afirma que já foi feito programa misto para trainee, mas esta foi a melhor alternativa encontrada para a empresa. “A gente não fez pra mudar o Brasil, mas para mudar a nossa empresa. A gente queria mudar uma realidade nossa. Dos mais de 2.000 trainees que selecionamos até hoje, só 10 foram negros. Tentamos mudar normal e não conseguimos. Acreditamos que as pessoas vão entrar juridicamente, mas a gente vai lutar e não vamos desistir tão fácil”, afirmou.
Apesar das acusações de que a iniciativa seria ilegal e racista, o trainee recebeu vários interessados, segundo Trajano. “Nós estamos muito felizes de quebrar esse paradigma e nesses dois dias já recebemos muitas inscrições. Ficamos muito felizes”, afirmou.