Da Redação
MANAUS – Ao tomar posse como conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado do Amazonas) em um auditório lotado na manhã desta terça-feira (5), o ex-advogado Luís Fabian Pereira Barbosa contou sua história de vida e a trajetória até o novo cargo público. Disse que foi “algo há muito sonhado e planejado” e que talvez “estivesse predestinado” à nova função.
Luís Fabian declarou sentir felicidade pela amizade que mantém com integrantes do tribunal, juízes e políticos. Ao governador Wilson Lima, de quem foi secretário-executivo e depois secretário de Educação e indicado para a vaga no TCE, disse sentir orgulho. “Senhor governador Wilson Lima, sua presença nesta solenidade, além de emprestar acrescido significado, me é pessoalmente motivo de orgulho e alegria”, declarou.
“Sou grato por ter enfrentado esse desafio ao lado de um governador jovem, atento aos clamores sociais, sempre disposto “à escuta de seus auxiliares e com elevado espírito público”, disse, ao citar o período de pandemia de Covid-19 em que comandou a Secretaria de Educação.
“A nossa amizade e admiração que mantenho por suas excelências aconselham a todos os presentes que deem o devido desconto às belíssimas palavras dos oradores. Os elogios que recebo devem ser atribuídos mais à generosidade de suas excelências do que a efetivo merecimento de minha parte. Muito obrigado, queridos amigos”, agradeceu, após pronunciamentos de boas-vindas de conselheiros do TCE.
“Sinto neste momento um sentimento contraditório. De uma parte, estou profundamente feliz por estar assumindo um cargo de tão elevada estatura, algo há muito sonhado e planejado. Se algum mérito pessoal possuo, devo atribuí-lo à generosidade dos meus amigos e à minha dedicação ao estudo, herança que devo à minha mãe Lenise, que mesmo sem a presença do meu pai, falecido quando eu tinha apenas um ano, foi capaz de criar dois filhos, hoje homens dignos e de sucesso”, disse.
“Olhar para o meu passado, minha origem, meus caminhos percorridos, é uma vã tentativa de entender meu presente. Mas representa também uma árdua tarefa. Contudo, revelar quem se foi é o primeiro passo para demonstrar quem se é e quem será”, disse ao lembrar da infância em que sonhava ser astronauta e cantor de ópera quando crescesse, em meio às brincadeiras de rua como andar de bicicleta e soltar papagaio”.
“Exercitei a criatividade a exaustão e desenvolvi habilidades sociais e de mediação. Talvez ali já estivesse eu predestinado ao direito e à educação”, revelou, ao lembrar que começou a trabalhar aos 13 anos, dando aulas de inglês.
“Bisneto de um desembargador, ex-presidente do Tribunal de Justiça, formado na primeira turma da Faculdade de Direito da antiga Escola Universitária Livre de Manaus, de quem depois tornou-se professor, herdei do vovô Sadoc Pereira seu anel simbólico que guardo como troféu sem saber que anos depois seguiria os seus caminhos no magistério e como julgador”, relembrou.
Ao citar a carreira no serviço público, agradeceu a Afrânio de Sá, seu professor universitário e ex-presidente do TCE, que o inspirou a se dedicar à administração pública. “Em 16 anos de magistério tentou mostrar aos alunos o bom caminho, qual a forma adequada de se exercer o direito”, disse, ao se referir a si próprio.
“Na secretaria municipal de educação foi subsecretário por 8 anos, depois na secretaria municipal extraordinária e na de saúde. Em 2019 assumiu como secretário-executivo de Educação. Mal sabia que um ano depois seria alçado ao cargo de secretário de Educação no período mais conturbado da história mundial recente. Este que foi o maior desafio profissional da minha vida”, discorreu sobre a atuação no governo de Wilson Lima.
“Fomos o primeiro estado a lançar uma solução de aulas remotas, que foi posteriormente exportada para 11 estados. Fomos o primeiro estado a desenhar um plano de retorno às atividades presenciais, que depois foi compartilhado com diversos estados da federação. Fomos premiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento pelo programa de merenda escolar executado durante o período de aulas remotas e quando os demais estados ainda pensavam em retomar as atividades presenciais, nós já lançávamos o maior programa de elevação da qualidade da educação já visto no estado”, exaltou.
“Penso que esses feitos aliados ao fato de ter sido eu o ordenador de despesa durante os últimos 15 anos sem nunca ter tido uma prestação de contas reprovada por essa corte, me legitimam para este mister”, afirmou.