Do ATUAL
MANAUS – O criminoso Marcos Paulo da Silva, conhecido pelo apelido de ‘Lúcifer’ nos presídios de São Paulo, recebeu apoio de facções criminosas para matar o narcotraficante Zé Roberto, líder da FDN no Amazonas. O apoio foi manifestado em bilhete divulgado pelo site Metrópolis, em reportagem sobre Lúcifer, considerado o terror dos presídios.
No bilhete escrito a mão e publicado pelo Metrópolis não fica claro o motivo para a morte de Zé Roberto.
“Referente às ideias de tentar usar o Lúcifer para pegar o Zé Roberto FDN, é isso mesmo. Pedimos para vocês fazerem esse salve chegar na meta dele que, se ele fecha nessa situação, ele terá todo nosso apoio no que precisar e poderá voltar para nossa cadeia como companheiro. Ele tem nossa palavra, pois ele tava ajudando vingar a morte de vários irmãos”, diz o bilhete.
Em 2017, na Operação Echelon, a Polícia Civil prendeu 75 líderes do PCC em 14 estados e descobriu que a facção tentou usar ‘Lúcifer’ para assassinar José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, chefe da Família do Norte (FDN), facção rival do PCC no tráfico de drogas no Amazonas. A tentativa falhou devido a intervenção das autoridades, que isolaram Zé Roberto em presídio federal.
‘Lúcifer’ está com penas acumuladas de 217 anos e três meses de prisão e é considerado de alta periculosidade. Ele foi preso pela primeira vez em 1995, aos 18 anos, por furto e roubo. Marcos Paulo da Silva entrou para o PCC pouco depois de ser encarcerado. Aos 19 anos, era um integrante ativo da facção criminosa e participava de ações violentas dentro das prisões.
Em 2013, segundo o Metrópolis, Lúcifer rompeu com o PCC, alegando que a organização havia se desviado de seus princípios originais. Apesar de ter rompido com a facção, Lúcifer não perdeu completamente o contato com membros do PCC.
Zé Roberto, que exercia a liderança da organização criminosa, foi condenado a 48 anos e cinco meses de prisão, além do pagamento de multa de mais de R$ 842 mil. A ação penal foi movida pelo MPF (Ministério Público Federal no Amazonas) em decorrência das investigações da Operação La Muralla, deflagrada em novembro de 2015. Ele está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande.