Da Redação
MANAUS – Quando o assunto é “climão” não existe nome melhor para falar sobre do que Letícia Novaes ou, simplesmente, Letrux. A cantora, que também é atriz, compositora, escritora e instrumentista, é uma das 13 atrações nacionais que estarão presente no Festival Passo a Paço 2019, que acontece de 5 a 8 de setembro. Letrux se apresentará na segunda noite do festival, no Palco da Banana, no dia 6 de setembro, às 21h10.
A cantora, que a partir do sucesso do disco “Letrux Em Noite de Climão”, lançado em 2017, esteve em grandes festivais de música nacionais, e também em shows pela Europa, agora se prepara para desbravar novos territórios no Brasil. Esta será a primeira vez que a artista carioca se apresentará em Manaus.
“Fico muito ansiosa e animada em tocar em lugares que não fui ainda. Sempre foi um sonho ir para Manaus, vou tentar tirar um dia para passear e conhecer um pouco mais. Os pedidos de show para a cidade cresceram muito nos últimos meses, então acredito que vai ser um show bem astral”, comentou.
Para o Passo a Paço 2019, a cantora trará o show da turnê “Letrux em climão de despedida”, com canções do disco que, segundo ela, representa um marco em sua carreira. Na estrada desde o início dos anos 2000, Letícia, junto com Lucas Vasconcellos, formava a banda Letuce, que seguiu até 2016. Em 2017, a cantora lançou o álbum “Letrux Em Noite de Climão” que rende bons frutos até hoje.
Eleito Melhor Disco de 2017 pelo Prêmio Multishow e acumulando excelentes posições em praticamente todas as listas de melhores discos do mesmo ano, o álbum também lhe rendeu o prêmio de Melhor Produção pelo júri do Women Music Event, e a indicação a Melhor Disco de 2017 pelo prêmio da revista Bravo!.
A visibilidade nos palcos também deu voz à Letrux fora deles. E hoje, não só as letras, mas seu posicionamento político, social e cultural, dão a artista a representativa que a leva a defender importantes temas, entre eles o preconceito, racismo e homofobia.
“Não consigo não me posicionar, minha existência ganhou um espaço forte nos últimos anos, então ficou impossível não usar esse espaço para luta. Ainda mais nos tempos que correm. É preciso lutar”, disse.
E é essa liberdade, sinceridade e espontaneidade que tem feito de Letrux um dos principais nomes da música indie-pop no Brasil. Tanto carinho e respeito ao público, tem aumentado a legião de fãs da cantora conhecida pela sua acessibilidade.
“Acho que, desde que comecei a fazer shows, fui percebendo que meu público era de alguma forma parecido comigo: esquisitinho (risos). Todas as minhas letras passam pela minha vida, seja de forma autobiográfica ou que eu ouvi de ‘amigues’, enfim, me atravessam de alguma forma. Gosto muito quando o público se identifica com a letra, tatua letra, faz arte no Instagram, significa muito para mim. Faz a roda da emoção da composição girar. Um dia me emocionei em casa e compus, aí mostrei para o público, aí o público demonstra que está emocionado, então a volta foi bela”.
Dona de “climões” e “fossas”, Letícia, Letuce, Letrux, atriz, compositora, cantora, escritora, prepara ainda para este ano o lançamento de um novo disco. E com tanto projetos o que mais falta a ela “Acho que ainda falta eu ser mergulhadora”, se diverte a artista dizendo que está muito animada para sua próxima etapa.
Concepção: a cor vermelha
Todo esse sucesso não é por acaso: em tons de vermelho – das luzes, passando pelos figurinos e chegando ao cenário -, os shows inflamam os fãs, que muitas vezes cantam até mais alto do que a própria Letrux, que adora ser carregada pela multidão nos shows mais abarrotados, sendo levada pela plateia, e depois devolvida ao palco, pelos braços do público, como vem ocorrendo desde a primeira apresentação no Circo Voador. Letrux explicou como concebeu o espetáculo:
“Queria resgatar algo meu como atriz. Escrevi dois textos que falo durante o show. Eles mudam, claro, conforme a dinâmica do show, mas a escolha do set list também representa uma historinha, e convidamos todos a embarcar na trajetória dessa heroína. Os últimos anos foram muito simbólicos em relação a tudo, então, se escolho usar vermelho, uso como uma força, como afirmação, como paixão, como sangue. Estamos sangrando, mas estamos vivos e ainda apaixonados. Por que ou por quem não importa, mas ainda tem paixão correndo nas nossas veias e por isso estamos aqui. Os antúrios que espalho pelo palco, e que são flores hermafroditas, simbolizam as forças feminina e masculina que temos na nossa banda, nas próprias músicas, yin e yang sempre presentes de alguma maneira ”.