No segundo dia do Festival Passo a Paço, realizado no Centro Histórico de Manaus, o prefeito da capital, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse que o evento se consolida como o “Rock in Rio da Amazônia”.
“O Passo a Paço a cada ano fica maior e já se tornou uma espécie de ‘Rock in Rio’ caboclo. Temos quatro palcos espalhados no Centro Histórico, com muita arte, música e gastronomia, e ainda o nosso Museu. Sem dúvida já é o ‘Rock in Rio’ do Amazonas”, comparou o prefeito.
O Festival Passo a Paço 2019, levou, na segunda noite, 41,3 mil pessoas às ruas do Centro Histórico de Manaus, na sexta-feira (6), de acordo com a organização do evento, para conferir shows que foram do pop e hip hop à clássica MPB, além de feira gastronômica, intervenções, visitas ao Museu da Cidade e uma diversidade de atrações.
O prefeito não participou do primeiro dia do evento e disse que estava com o foco no I Fórum das Cidades Amazônicas encerrado na sexta-feira. Na segunda noite, assistiu ao show do cantor cearense Fagner, e revelou que, além de ser fã, é grande amigo do músico e não poderia deixar de prestigiar.
“Eu viria ontem, mas estava muito envolvido com o evento, que mostrou para o mundo a posição clara dos prefeitos amazônicos sobre a nossa preservação intransigente de defesa da Amazônia. Nosso manifesto já virou notícia na Europa, de acordo com o que me informou a embaixada da Alemanha. Mas hoje é dia de festa e não poderia deixar de prestigiar o Fagner, que é um grande amigo meu”, explicou, que estava acompanhado da primeira-dama, Elisabeth Valeiko Ribeiro.
Encontro de gerações
Consagrado como um dos maiores cantores latinos do mundo, da velha guarda da MPB, Fagner subiu ao Palco Plataforma Malcher às 21h, aclamado instantaneamente pelo público presente. O cantor interpretou no palco seus maiores sucessos, como “Borbulhas de Amor”, “Revelação”, “Deslizes”, “Canteiros”, “Espumas ao Vento” e “Noturno”, com direito a coro do público.
“Quero agradecer pela oportunidade de voltar a essa cidade que sempre me acolheu tão bem desde a primeira vez que vim aqui, e pela oportunidade de mostrar essa banda de músicos espetaculares, trabalhando minha música no nível em que o público possa participar. O público hoje cantando foi melhor do que o show! Faço 70 anos esse ano e é uma história que faz várias conexões em vários lugares do mundo, com vários artistas. É realmente muito emocionante receber esse carinho do público”, ressaltou Fagner.
De férias em sua cidade natal, a engenheira civil Juci Nascimento se emocionou durante a apresentação de Fagner e aproveitou para reforçar o apreço que tem por Manaus.
“Estou emocionada por estar aqui. Uma programação incrível que não difere dos demais festivais que temos no nosso país. O mais legal de tudo aqui, é que a gente encontra um público diversificado, entre idades, gêneros e o mais importante, muito respeito! Essa é a verdadeira ocupação cultural que nos pertence de fato, o Centro Histórico. Que orgulho de pertencer a essa cidade, de ser manauara”, afirmou Juci.
O encontro de gerações encerrou com o rapper Emicida, que se apresentou logo em seguida na Plataforma Malcher. Considerado um dos maiores nomes do hip-hop brasileiro na década de 2000, Emicida levou ao palco sucessos como seu recente single, “AmarElo”, lançado em parceria com Majur e Pabllo Vittar, e que deve representar uma nova era em sua carreira.
“Noite de climão”
Encerrando a segunda noite de shows no Palco da Banana, a carioca Letrux apresentou em Manaus um dos últimos shows da sua turnê atual. Envolta em panos vermelhos e usando óculos escuros, a cantora já começou com a música “Vai Render”, que teve clipe lançado nesta sexta, e daí em diante encantou o público com sua performance regada a muita dramaticidade.
“É nossa primeira vez aqui e só tenho a agradecer aos organizadores por este festival. O rosto do público foi ótimo e já me imaginei até fazendo um clipe aqui na região”, comentou a cantora durante o show.
Mais cedo, o cantor Sidney Magal se apresentou no mesmo palco.
Acompanhado dos amigos, o estudante João Felipe, 20, veio pela primeira vez ao evento e se encantou com o show. “Eu acho ela perfeita, gosto do seu estilo alternativo pelas bandeiras que ela levanta”, afirmou. “Letrux e Jaloo foram perfeitos”.
Letrux cantou ainda sua versão inédita “Ouro Puro”, que ficou conhecida nos anos 80 na voz de Elba Ramalho. O single, que ainda está em fase de finalização, será lançado oficialmente em outubro. Na última música, Letrux ainda desceu do palco e interagiu com o público presente.
Antes disso, a terceira atração da noite no Palco da Banana, a amazonense Anne Jezini também foi aclamada pelo público, com seu pop conceitual, homenagens a artistas amazonenses e músicas do seu novo álbum, “Hilda”, ainda não lançado, e gravado com o apoio do Edital de Conexões Culturais, da Prefeitura de Manaus.
Coreto
A cantora Elisa Maia foi a terceira atração a passar pelo Palco Coreto, na Praça Dom Pedro II. Elisa levou como convidada Karen Francis, ao lado de quem tocou músicas que estarão em seu novo disco, a ser lançado em breve. Uma das músicas, “Todo Poder Curativo”, foi dedicada a seu pai.
Fechando a programação do Coreto, o grupo musical Pororoca Atômica prezou pelo agito e divertiu o público com hits carnavalescos, lambada, carimbó, além de ritmos regionais. A Praça Dom Pedro II reuniu um grupo que dançava e cantava, seguindo o ritmo.
Passo a Paço
A programação do festival continua novamente neste sábado, 7/9, a partir das 16h, reunindo artistas locais e nacionais. Desta vez, as apresentações nacionais ficam por conta de Baco Exu do Blues, no Palco da Banana, e Zeca Pagodinho e Liniker e os Caramelows, no Palco Plataforma Malcher.
A programação completa está disponível em vivamanaus.com/passoapaco2019.
Veja Fotos do Evento: Márcio James/Semcom e Leonardo Leão, Zeca Barcellos, Daiana Melo e Mayrlla Mota/Manauscult