Da Redação
MANAUS – As internações em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) estão no limite em Manaus, disse o secretário de Estado da Saúde, Rodrigo Tobias, em live nas redes sociais no início da tarde desta segunda-feira, 6.
Segundo Tobias, ainda não há um colapso no atendimento aos pacientes com o novo coronavírus, mas com apenas 5% de leitos disponíveis é possível que o sistema de saúde público e privado não suporte a demanda de pacientes ainda esta semana.
O colapso havia sido divulgado pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, em entrevista à TV CNN Brasil nesta segunda. Tobias negou, mas afirmou que o esgotamento de leitos de UTI pode ocorrer nos próximos dias se continuar a aumentar o número de infectados.
“O sistema de saúde do estado do Amazonas ainda não entrou em colapso nessa ideia de que não existem leitos de UTI para aqueles que precisam. Entretanto, nosso sistema é limitado e hoje eu falo isso, mas amanhã esses números podem aumentar”, disse o secretário. “Se eu pudesse colocar numa escala de 0 a 100, hoje estamos próximos de 95%, ou seja, uma capacidade mínima de leitos vazios de UTI”, afirmou.
A situação se agrava, pois, além dos casos de Covid-19, nesta época do ano é comum um aumento da incidência de outras doenças que provocam síndromes respiratórias, disse Tobias.
Segundo o secretário, essa ausência de leitos se estenderá para hospitais particulares. “Eu preciso dizer que hoje não, mas provavelmente nos próximos dias não teremos mais leitos de UTI no setor público e privado com os casos confirmados de Covid-19”, disse.
De acordo com Rosemary Pinto, diretora-presidente da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde), a tendência é que haja um agravamento na quantidade de infectados até maio.
“A gente prevê um aumento progressivo de casos a partir de agora. Nós temos até a segunda semana de maio como um período de grande preocupação com o aumento do número de casos de Covid”, afirmou.
Rosemary alega que isso pode ser evitado caso a população atenda às recomendações de higiene e isolamento social.
“Esse número de casos ele pode ser limitado e nós podemos ter um achatamento dessa curva, o que vai permitir que os pacientes graves tenham condições de ser atendidos tanto na rede privada quanto na rede pública de saúde”, pontuou.