Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O desembargador José Hamilton Saraiva, do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas), negou, nesta quinta-feira, liberdade ao advogado Marcelo Gonçalves de Oliveira, 40, que é investigado por tentativa de feminicídio contra a ex-namorada dele Teresa Victoria Mota Pinheiro, 22, em março deste ano.
Saraiva citou as decisões que decretaram e negaram a revogação da prisão de Marcelo, em os juízes o descrevem como “uma pessoa possessiva e ciumenta”, e afirmou que há motivos para a segregação cautelar e que é “inviável a imposição de medidas cautelares diversas da prisão”.
No último dia 8 de abril, Marcelo foi preso preventivamente pela Polícia Civil do Amazonas na casa da mãe dele, no bairro Coroado, zona leste de Manaus. Na ocasião, ao perceber a chegada dos policiais, o advogado tentou fugir pulando o muro dos fundos da residência, mas foi capturado no quintal do vizinho.
De acordo com a Polícia Civil, a prisão de Marcelo ocorreu após a polícia reunir provas técnicas que apontam que ele ameaçou, sequestrou por telefone e agrediu a ex-namorada. Segundo a delegada Débora Mafra, dois laudos de exames de corpo de delito indicam que a mulher foi esganada pelo advogado.
“Ela teve uma pressão craniana muito grande pela esganadura que ela sofreu, deixando marcas no pescoço e também várias marcas nos olhos, como bolsas de sangue (causada) pela pressão craniana. Estourou vários vasos no rosto e nos olhos dela”, disse Mafra, no último dia 8 de abril.
No dia 22 deste mês, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas) divulgou nota prestando solidariedade à vítima e repúdio ao advogado. O documento, assinado pela presidente e vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada, não citou o nome do agressor.
Dois dias após a divulgação da nota de repúdio, no último sábado, 24, a OAB informou que suspendeu o advogado de forma cautelar por 90 dias. A decisão foi do Tribunal de Ética e Disciplina da entidade que considerou a conduta dele “incompatível com a dignidade da advocacia”.