Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – Os advogados do ex-secretário de Saúde Pedro Elias informaram à PF (Polícia Federal) que o cliente comunicou à Justiça Federal que mudaria de endereço, e que por isso os agentes federais não o encontraram no final da tarde de domingo, 31, para cumprir decisão que transformou a prisão domiciliar do médico em prisão preventiva. O endereço anterior do ex-secretário era no bairro Adrianópolis, zona centro-sul de Manaus.
Considerado foragido, Pedro Elias se apresentou na sede da unidade da PF, no bairro Dom Pedro, às 6h desta segunda-feira, 1°. O médico e outros três ex-secretários estaduais do Amazonas (Afonso Lobo, Evandro Melo e Wilson Alecrim) são acusados pelo MPF (Ministério Público Federal) de serem beneficiários de um esquema de corrupção que desviou milhões de recursos da saúde.
O esquema foi descoberto pela operação Maus Caminhos, realizada em 2016 pela PF, MPF e CGU (Controladoria Geral da União).
Na tarde de domingo, a juíza federal plantonista Ana Paula Serizawa determinou que os quatro secretários retornassem para o presídio. Presos desde o dia 13, na operação Custo Político – segunda fase da Maus Caminhos, eles cumpriam prisão domiciliar desde o dia 26, por decisão do juiz federal Ricardo Salles.
O ex-governador José Melo (Pros) também retornou para a cadeia neste domingo por decisão de Ana Paula. Ele foi preso pela primeira vez no dia 21, na operação Estado de Emergência (terceira fase da Maus Caminhos), e teve a prisão revogada no dia 26 durante o plantão de Ricardo Salles. Melo é acusado de receber propina do esquema de corrupção na saúde.
Até a manhã desta segunda-feira, 1°, os quatro presos se encontravam na carceragem da PF. A transferência deles para uma unidade prisional do Estado deve ocorrer a qualquer momento. Um dos principais argumentos usados pelo juiz Ricardo Salles na semana passada para revogar as prisões temporárias e preventivas dos acusados foi a falta de garantias de segurança para eles em um presídio comum.
Para Ana Paula Serizawa, cabe ao Estado reforçar e garantir a segurança de todos os presos do sistema prisional. A magistrada vem sustentando em suas decisões que nenhum custodiado merece tratamento diferenciado por causa de seu poder econômico ou político. A juíza é a titular do processo da Maus Caminhos, que tramita na 4ª Vara Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Abaixo, documento da Polícia Federal sobre a apresentação de Pedro Elias: