Da Redação
MANAUS – Trabalhadores do transporte de passageiros em Manaus poderão paralisar apenas 15% da frota de ônibus nas greves. A decisão é da Justiça que ordenou a circulação de 85% dos ônibus em sentença a favor do Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas), nesta quinta-feira (11).
Os rodoviários terão que comunicar a paralisação com 72 horas de antecedência. A medida ocorre após o Sinetram ingressar com ação contra o Sindicato dos Rodoviários na última segunda-feira (8), quando motoristas e cobradores da empresa Viação São Pedro fizeram greve.
A decisão, proferida pela desembargadora do trabalho Francisca Rita Alencar Albuquerque, discorre que a categoria deverá pagar multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento e tem força de mandado judicial, o que autoriza a abordagem policial.
Na ação, o Sinetram alega que foi surpreendido pela paralisação de transporte coletivo ocorrido há três dias na empresa Viação São Pedro e que não houve comunicação prévia. A paralisação ocorreu às 4h.
O sindicato das empresas afirma, ainda, que a greve “prejudicou” a população, pois o “cenário pandêmico ainda persiste, sendo imprescindível a adoção de medidas sanitárias com vistas a evitar a proliferação do vírus e aumento do número de casos” e que a redução do número de veículos ensejará a elevação de passageiros.
Outra alegação foi a de que “sequer houve tentativa de negociação prévia para deliberar sobre o suposto atraso de pagamento”.
Na segunda-feira, Givancir Oliveira defendeu a categoria ao dizer que aquela não se tratava de uma manifestação do sindicato, mas que havia total apoio da associação. O sindicalista ainda afirmou que caso não recebam os direitos, os rodoviários farão mais greves.
“Se esse pessoal [os rodoviários] não receber essas verbas rescisórias, eles irão parar dia sim e dia não. É por isso que pedimos que o prefeito David Almeida chame o proprietário da São Pedro e o Sinetram para quitar a dívida com os trabalhadores”, disse.
Na ocasião, pelo menos 100 linhas de ônibus foram afetadas. Os funcionários transferidos da empresa Açaí, que encerrou as atividades na capital em setembro de 2021, alegam que não receberam a rescisão. Eles reclamam também da falta de uma garagem apropriada para deixar os veículos.