Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – Por falta de provas, a juíza Silvânia Corrêa Ferreira, da Comarca de Manaus, arquivou nesta terça-feira (12) inquérito policial contra um estudante de logística da Fametro de 23 anos preso no dia 19 de abril deste ano por suspeita de praticar “atos preparatórios de terrorismo”.
O homem foi acusado de ameaçar matar colegas de aula. Prints que mostravam uma arma e uma mensagem em tom ameaçador foram atribuídos ao jovem.
De acordo com o MP-AM (Ministério Público do Amazonas), nenhuma arma foi encontrada com o rapaz ou na casa dele e ninguém presenciou ele fazer qualquer ameaça. Além disso, durante as investigações não foi encontrada conversa com possíveis cúmplices sobre o planejamento da ação ou vínculos do rapaz com grupos extremistas.
Um segurança da instituição afirmou à polícia não ter ouvido qualquer ameaça por parte do rapaz, e uma inspetora de segurança relatou que uma aluna mostrou a ela, uma semana antes da prisão, um print associado a ele com a mensagem “é hoje”, em tom ameaçador, e que ouviu de outras pessoas que o aluno tinha ameaçado matar colegas.
A defesa do homem alegou que ele foi alvo de notícias falsas espalhadas pelos próprios colegas.
“O rapaz era representante de turma do curso e alguns colegas que eram acostumados a colar nas provas quiseram prejudicá-lo pelo simples fato dele ter informado para um professor do curso qual era o esquema de cola daqueles alunos”, disse a advogada Goreth Campos Rubim, que representa o estudante.
Ao arquivar o inquérito, a juíza atendeu um pedido do promotor de Justiça Jefferson Neves de Carvalho, que alegou “ausência de indícios suficientes de materialidade delitiva”.
“No caso em epígrafe, entendo que assiste razão ao Parquet, legítimo dominus litis da ação penal, diante da ausência de indícios suficientes de materialidade delitiva, o que inviabiliza a persecução penal neste momento”, disse a magistrada.
Na ocasião da prisão, o país registrava ataques e ameaças de chacina em diversas instituições. A situação causou medo na população. Em razão das acusações, a Fametro expulsou o aluno sob alegação de “não tolerar qualquer tipo de ameaça”.
A defesa do homem informou que sabe o nome de alguns estudantes que espalharam as informações que levaram à prisão dele, mas que caberá a ele decidir se os processará.