
Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – A juíza Aline Kelly Ribeiro Marcovicz Lins, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Manaus, revogou, nesta sexta-feira (20), a prisão preventiva do influenciador digital João Lucas da Silva Alves, o Lucas Picolé, que estava preso desde junho. A magistrada também revogou a prisão domiciliar a influenciadora Isabelly Aurora. Ambos estão proibidos de sair de Manaus.
Lucas e Isabelly foram presos na Operação Dracma, da Polícia Civil do Amazonas, que investiga fraudes em rifas ilegais em Manaus. No mês passado, a dupla e outras seis pessoas foram denunciados pelo MP-AM (Ministério Público do Amazonas) pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
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De acordo com o advogado Vilson Benayon, que representa o dupla, Lucas continuará preso em razão da prisão em flagrante por tráfico de drogas. Na primeira fase da operação, em junho, agentes da Polícia Civil do Amazonas encontraram 175 unidades de drogas sintéticas (LSD) e munições de fuzil calibre .762 em um carro de luxo.
A juíza considerou que Lucas e Isabelly são réus primários e já apresentaram defesa prévia à Justiça. Em relação a Lucas, Aline Lins afirmou que “os crimes imputados não envolvem conduta violenta ou de grave ameaça”. A magistrada disse, ainda, que “a prisão processual é medida de exceção” e não há mais razão para manter a prisão da dupla.
Lucas e Isabelly terão que cumprir algumas restrições. Eles estão proibidos de sair de Manaus, de mencionar, divulgar, promover ou fazer alusão a sorteios de rifas, e a quaisquer formas de jogos de azar e/ou aplicativos que perfilhem essas práticas; e de tecer quaisquer comentários em redes sociais a respeito do conteúdo do processo.
De acordo com o promotor de Justiça Carlos Braga Monteiro, que assina a denúncia do MP, o grupo atuava para ganhar dinheiro mediante lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionato. Eles promoviam rifas ilegais na internet e usavam o dinheiro para compra de bens, incluindo carros, que eram colocados em nomes de terceiros.
O Ministério Público aponta Lucas e Isabelly como “mandantes” do esquema criminoso. Segundo o promotor, eles “atuam como influenciadores digitais com grande número de seguidores e eram os responsáveis por promover as rifas com prêmios mais vultosos, incluindo carros, motocicletas e motos aquáticas”.