Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – A juíza federal a 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, Jaiza Fraxe, deu 24 horas para que a Prefeitura de Manaus entregue a cópia das filmagens de todas as câmeras de segurança do Disa (Distrito de Saúde) Oeste, no Conjunto Santos Dumont, bairro da Paz, de 17 a 20 de janeiro deste ano.
Na unidade de saúde foram vacinados a secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, o secretário municipal de Limpeza Urbana, Sabá Reis, e os assessores da Semsa (Secretaria Municipal de Saúde) Clendson Rufino Ferreira e Stênio Holanda Alves, que na lista de vacinação da Prefeitura aparecem como ‘outros’. Os quatro estão entre as 22 pessoas que o MPAM (Ministério Público do Amazonas) pediu a prisão por suspeita de ‘furar’ a fila da vacinação.
A determinação atende pedido conjunto dos Ministérios Públicos e Defensorias Públicas do Estado e União que querem mais transparência na campanha de vacinação contra a Covid-19 em Manaus. O despacho foi publicado na quinta-feira, 4.
Os órgãos de controle alegam que desde o início da campanha, houve três orientações diferentes para a imunização dos trabalhadores da saúde, nos dias 19 e 22 de janeiro e dia 1º de fevereiro.
Além das imagens das câmeras, os autores da ação pedem o relatório do número de doses contabilizadas no sistema Localiza SUS referentes à Manaus a cada 24 horas. E o acesso à conta do e-mail institucional [email protected], onde estão os registros de recebimento e envio de informações sobre os níveis de prioridades entre o grupo operante, diretores e Semsa-Manaus.
Querem também que a SES-AM (Secretaria de Saúde do Amazonas) entregue cópias da folha de frequência e de pagamento dos Hospitais João Lúcio e 28 de Agosto; e que a Semsa apresente da cópia folha de frequência e pagamento da UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Santos Dumont, relativa ao mês de janeiro deste ano.
Por fim, requerem a realização de auditoria sobre o processo de vacinação, para verificar a regularidade da gestão e da destinação das vacinas repassadas ao Estado e ao Município de Manaus, e a observância da ordem de prioridade.
O objetivo da auditoria é responder uma série de perguntas listadas no despacho, relacionadas à quantidade de doses e a lista de vacinados.
Jaiza Fraxe aceita todos os pontos do pedido e afirma que as secretarias de saúde e unidades hospitalares não podem vacinar pessoas fora do plano. A juíza não cita nomes, mas faz referência às irmãs Gabrielle e Isabelle Kirk Maddy Lins.
“Inclusive a audácia dessas pessoas em exibir sua vacinação em redes sociais, crendo na impunidade e força de seus privilégios, causa intranquilidade social e pode gerar atos indesejáveis de conflito, causando dor nas famílias que perderam entes por não terem tido acesso a vacina a tempo, além do descrédito das autoridades que autorizam a burla”, diz a magistrada.
Fraxe afirma que a auditoria começa na segunda-feira, às 9h, e informa que ela e seus auxiliares poderão estar em qualquer unidade de saúde, seja da Semsa, SES, PNI (Programa Nacional de Imunizações) e FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas). A Prefeitura pode se manifestar em até 48h e acompanhar as vistorias.