
Do ATUAL
MANAUS – A juíza Aline Kelly Ribeiro Marcovicz Lins, da Comarca de Manaus, rejeitou nesta sexta-feira (5) novo pedido de soltura do influenciador digital João Lucas da Silva Alves, o Lucas Picolé, denunciado por promover rifas ilegais. A magistrada disse que o influenciador descumpriu proibições impostas pela Justiça e negou que haja excesso de prazo no processo.
A decisão foi tomada no último dia de instrução e julgamento do caso. A juíza realizou o interrogatório dos oito réus, e a oitiva de uma vítima e de duas testemunhas de defesa (outras vítimas e as testemunhas de acusação já tinham sido ouvidas na primeira etapa da audiência, realizada em março).
Além de Lucas Picolé, são réus nesse processo os influenciadores Isabelly Aurora, Enzo Felipe da Silva Oliveira – o Mano Queixo, e Aynara Ramilly, e outras quatro pessoas que, segundo a polícia, eram usadas como “laranjas” no esquema. O grupo responde, entre outros crimes, por organização criminosa, promoção de loteria sem autorização legal e lavagem de dinheiro.
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Na audiência desta sexta-feira, a defesa de Lucas pediu a soltura dele. O influenciador foi preso pela segunda vez no dia 24 de janeiro deste ano por retomar sorteios proibidos pela Justiça.
Ao analisar e rejeitar o pedido, a juíza alegou que Lucas descumpriu medidas cautelares anteriormente fixadas pela Justiça. Ela também disse que não não há excesso de prazo na conclusão da instrução, pois esta fase só não foi encerrada na data nesta sexta-feira por requerimento da defesa.
Após cumprimento de diligências (requeridas pela defesa), os autos serão enviados ao MP e à defesa para alegações, depois disso será proferida sentença no processo.
Denúncia
Na denúncia, o MP ponta fatos que envolvem o recebimento de valores altos em dinheiro por Lucas e Isabelly, decorrentes do pagamento de bilhetes de rifas por diversos prêmios, dentre os quais veículos, enquanto Aynara (ex-companheira de Lucas) e Enzo recebiam quantias provenientes de rifas cujos prêmios eram menores.
Ainda segundo o MP, Enzo trabalhava juntamente com Lucas em todas as fases da operação, estando envolvido na arrecadação de prêmios e nas entregas.
Para dissimular a propriedade do dinheiro, ainda conforme a denúncia, Lucas utilizava a conta de Marcos, com seu consentimento, sabendo que seria utilizada para receber dinheiro proveniente das rifas ilegais.
Flávia (cunhada de Lucas) atuava principalmente junto à loja Lucca Conceito e na lavagem de capitais, permitindo que Lucas comprasse veículos em seu nome.
Conforme o MP, o círculo familiar de Isabelly também fazia parte da organização criminosa, especialmente com o objetivo de dissimular a propriedade dos veículos, que foram comprados um em nome de sua genitora Isabel e outro em nome de seu ex-companheiro Paulo Vítor.