MANAUS – Com a decisão tomada no dia 26 de dezembro, que transformou as prisões temporárias e preventivas de ex-secretários e do ex-governador José Melo em prisões domiciliares, o juiz federal Ricardo Sales apenas tumultuou o processo de investigação que vem sendo trabalhado com profissionalismo sem precedentes no Amazonas. Os argumentos do magistrado são frágeis diante das provas e da ameaça que os presos representam para a própria investigação. Tomar uma decisão durante o plantão – em que pese a necessidade de o juiz despachar o mais rápido possível – para desconstruir o trabalho que vem sendo feito pela juíza Ana Paula Serizawa não parece sensato. A pressa em soltar o ex-governador e os ex-secretários levou o juiz a realizar uma audiência de custódia que o Ministério Público Federal considera ilegal, por ser feita “na calada da noite”, nas palavras do procurador Fernando Merloto Soave.