Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – O juiz Rosberg Crozara, da Comarca de Manaus, ordenou, nesta quinta-feira (6), que a Corregedoria da Polícia Civil do Amazonas investigue o delegado Cícero Túlio, do 13º DIP (Distrito Integrado de Polícia), por suspeita de praticar violência policial contra a influenciadora digital Isabelly Aurora, presa na quarta-feira (5) na Operação Dracma, em Manaus.
Segundo apurou a reportagem, Isabelly, que estava presa no 6º DIP, relatou que horas antes da audiência de custódia, realizada na tarde desta quinta-feira, o delegado foi até a cela onde ela estava e ameaçou de “acabar” com a imagem e com a vida dela. Segundo a influenciadora, sem motivo algum, Cícero gritou e a xingou diversas vezes.
Na audiência de custódia, Rosberg Crozara concluiu que não havia ilegalidade na prisão de Isabelly, mas ordenou que a Vara de Inquéritos Policiais, de onde partiu o decreto da prisão preventiva, avalie a necessidade de converter a prisão em domiciliar, em razão da situação do filho da influenciadora, que ainda é amamentado por ela.
Isabelly foi presa na segunda fase da Operação Dracma, que apura esquema de fraudes em rifas ilegais. Os policiais também cumpriram mandado de prisão contra o ex-marido dela Paulo Victor Monteiro Bastos e contra o influenciador digital João Lucas da Silva Alves, mais conhecido como Lucas Picolé, que foi preso com drogas na primeira fase da operação.
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A influenciadora relatou que, no momento em que foi presa, estava na casa da sogra. Ela estava dormindo com o filho que tem um ano de idade quando, segundo ela, o delegado e outros dois policias – nenhuma mulher – entraram no quarto e anunciaram a prisão. Isabelly disse que Cícero a chamava constantemente de “folgada”.
Na audiência de custódia, ao ser questionada se concordava com o envio da denúncia contra o delegado para a Corregedoria da Polícia Civil do Amazonas, a influenciadora afirmou que tinha medo, mas que aceitava. O juiz ordenou que a corregedoria “promova as investigações necessárias acerca dos relatos da custodiada, notadamente o Delegado dr. Cícero Túlio Coutinho”.