Da Redação
MANAUS – O juiz da 4ª Vara Criminal, do Tribunal de Justiça do Amazonas, Glen Paulain Machado, determinou que a a ex-secretária da Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura do Amazonas) Waldívia Alencar seja posta em liberdade nesta segunda-feira, 23, quando se encerra o prazo (de cinco dias) da prisão temporária. Ela foi presa na quarta-feira, 18, na Operação Concreto Armado, do MP-AM (Ministério Público do Estado do Amazonas).
De acordo com o Ministério Público, Waldívia Alencar é suspeita de comandar um esquema corrupção na Seinfra em benefício próprio. O MP-AM identificou que o salário de pouco mais de R$ 12 mil que a ex-secretária ganhava não justifica um patrimônio com 40 imóveis adquiridos nos últimos anos.
Leia mais: Salário de R$ 12 mil não justifica propriedade de imóveis em nome de ex-secretária
“Enquanto ordenadora de despesas, ficou claro que a ex-secretária teve um grande acrescimento patrimonial, vindos de forma irregular. Pedimos o bloqueio dos bens para que haja o ressarcimento do erário público”, disse o procurador-geral de Justiça, Fábio Monteiro.
Ainda de acordo com o MP-AM, as investigações apontam lavagem de dinheiro de mais de R$ 25 milhões com a compra de imóveis como flats e apartamentos em Manaus e em outros Estados, além de cinco carros de luxo.
Waldívia Alencar foi secretária da Seinfra nos governos de Eduardo Braga, Omar Aziz e José Melo. Ao deixar o governo, o secretário que a substituiu, Gilberto de Deus, identificou uma série de irregularidades em obras e serviços contratados pela Seinfra, levou ao conhecimento do então governador José Melo, mas ele não quis tomar as providência sugeridas pelo então secretário, que deixou a pasta e denunciou as irregularidades.
Pedido de liberdade
Os advogados de Waldívia Alencar pediram, na semana passada, a revogação da prisão dela. Caso não fosse concedida a liberdade imediata da ex-secretária, a defesa pedia que o juiz, pelo menos, não renovasse a prisão temporária, que acaba neste domingo.
O Ministério Público opinou pela renovação da prisão temporária por mais cindo dias, mas o juiz entendeu que não há motivos para manter Waldívia presa. “Contudo, não vislumbro, no contexto, razão suficiente para a prorrogação da prisão temporária, mormente às medidas requisitadas pelo Ministério Público e autorizadas por este juízo estarem em curso, sem informação negativa quanto à execução das medidas cautelares e assecuratórias e sem clara interferência ou resistência por parte dos investigados ligados à requerente”, diz o juiz, no despacho.
As informações e a decisão do juiz foram publicadas pelo BNC.