
Do ATUAL
MANAUS – Um venezuelano de 33 anos foi denunciado por uma jovem que trabalha no Amazonas Shopping, em Manaus, por tentativa de estupro. Ele a seguiu duas vezes quando ela foi ao banheiro. O suspeito foi preso em 2024 também por tentativa de estupro.
Em entrevista a site de notícias do Amazonas, a jovem relatou que veio do interior do Amazonas para estudar – ela cursa Serviço Social -, e trabalha em loja do shopping. Ela relatou que a primeira tentativa do estupro ocorreu em abril do ano passado.
“A primeira foi dia 22 de abril de 2024. Ele entrou na loja, circulou e saiu. Quando eu fui em direção ao banheiro, ele me perseguiu. No corredor não tem imagens, mas eu tenho a imagem de fora, ele me perseguindo. Ele chegou a me pegar por trás, eu lutei com ele tentando sair dos braços dele”, relatou a jovem.
Segundo ela, na luta corporal foi derrubada no chão pelo agressor. Nesse momento, uma criança que saiu do banheiro perguntou se ela queria ajuda e acionou rapidamente os seguranças do shopping.
“No que eu tento correr, ele me dá a rasteira. Quando ele da a rasteira e eu caio, eu machuco meu braço. É quando uma criança sai do banheiro masculino e eu consigo pedir ajuda. A criança ainda olha pra mim e diz: ‘tia, o que aconteceu?’, eu disse meu filho, pede ajuda”, contou a mulher.
A vítima relatou que os seguranças do shopping conseguiram conter o abusador na praça de alimentação. Na ocasião, o homem foi preso, mas três depois foi solto. A jovem disse que o homem voltou até a loja onde ela trabalha logo após ser solto, mas ela estava de folga.
“Ele ficou preso de abril até julho e foi no Amazonas [Shopping], entrou na loja e ficou lá como se nada tivesse acontecido. […] só que nesse dia eu não estava na loja, eu só recebi depois as ligações que ele tinha aparecido e era pra mim ter cuidado. E desse dia em diante todo mundo falava pra mim ‘tem cuidado porque o cara que te atacou está direto no shopping’”, disse.
A jovem contou ainda que foi até a direção do shopping, mas eles falaram que não podiam proibir a entrada do abusador por conta da lei de ir e vir. No Brasil, o ir e vir é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal de 1988, no artigo 5º, inciso XV.
A vítima disse que tem uma medida cautelar contra o abusador para que ele mantenha distância de 300 metros. “Domingo (5) agora ele voltou na loja, entrou, rodou e saiu. Eu passado mal, que sofro de ansiedade, fui tentar ir até o banheiro achando que ele já tinha ido embora do shopping. Foi quando ele veio em minha direção. Ele só não conseguiu me pegar de novo porque eu consegui pedir ajuda em uma loja. Lá tem filmagens que eu pedi ajuda, tem a moça também me ajudando com outro rapaz pra ver até onde ele ia. Não tinha um segurança no shopping que a gente pudesse pedir ajuda”, relatou a jovem.
Na noite de terça-feira, os seguranças abordaram o abusador e chamaram a polícia. A vítima também foi conduzida até a delegacia. A jovem contou que no momento da prisão e até na delegacia, o abusador estava negando o crime.
A vítima disse que estava revoltada porque após a detenção dele, ao chegar na delegacia, o abusador seria solto porque não havia juiz e delegado de plantão. “A minha revolta é que eu tenho imagens, fotos tudo dele me perseguindo, filmagem dele na loja me perseguindo, e hoje ele foi preso e vai ser solto porque não tem juiz para da a prisão preventiva dele, não tem delegado e ele vai ser liberado normalmente como se nada estivesse acontecido”, disse a jovem.
O ATUAL entrou em contato com o Amazonas Shopping e foi informado que o estabelecimento deu total apoio à funcionária da loja e repudia todo tipo de violência. Confira a nota:
O shopping informa que deu total apoio à funcionária da loja, colaborando com as investigações desde a primeira ocorrência, com acionamento da polícia e identificação do suspeito por meio das câmeras. Reforça, ainda, que repudia todo tipo de violência e permanece à disposição das autoridades competentes.
Em nota enviada ao ATUAL, a Polícia Civil que o suspeito foi levado a delegacia, assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência e responderá criminalmente pelos fatos.