BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira, 23, que pedirá autorização ao governo italiano para processar o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato por dois novos crimes. De acordo com Janot, Pizzolato, condenado no processo do mensalão, deve ser processado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por lavagem de dinheiro e por uso de documento falso em Santa Catarina. O procurador não deu detalhes desses crimes.
O MPF irá ainda cobrar de Pizzolato R$ 170 mil referentes aos gastos com a extradição do ex-diretor, como viagens de autoridades brasileiras, tradução de documentos e despesas com vídeos para demonstrar à Justiça italiana a qualidade das penitenciárias brasileiras.
Além disso, serão cobrados os honorários pagos para advogados que atuaram no processo na Itália, cerca de 100 mil euros. Janot pedirá ainda a repatriação de cerca de 113 mil euros apreendidos com o condenado na Itália que, para o procurador, são fruto de crime.
Cunha
Durante a entrevista coletiva, Janot se negou a responder a perguntas sobre se pedirá o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados. “Só responderei questões referentes a esse caso a extradição de Pizzolato”, afirmou.
Extradição
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot afirmou que “não adianta esconder bens fora do Brasil porque a cooperação internacional intensa permite identificar e recuperar esses valores”.
Janot usou o exemplo da extradição do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e ressaltou que as decisões da Justiça brasileira valem além das fronteiras do País, seja para os que fogem para evitar o cumprimento de penas, seja para aqueles que escondem dinheiro e bens de valor no exterior. “Fica também um recado muito claro para as pessoas que cometem ilícitos. É que se o crime hoje é um crime organizado e que muitas vezes não respeita fronteiras, as decisões judiciais valem também além das fronteiras dos respectivos países nacionais” completou.
Para Janot, a extradição de Pizzolato vai servir como precedente para outras extradições a partir da União Europeia.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)