MANAUS – Em reunião do gabinete de crise instituído pelo governador Wilson Lima para enfrentamento às queimadas, na manhã desta segunda-feira (26), o Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) informou que o sul do Amazonas concentra cerca de 85% dos focos de calor registrados no Estado.
Dos 7.150 focos identificados entre 1º de janeiro a 20 de agosto, 6.016 estavam distribuídos em sete municípios da região: Apuí, Lábrea, Novo Aripuanã, Manicoré, Boca do Acre, Humaitá e Canutama.
O instituto também identificou que grande parte dos responsáveis pelos crimes vem de outros estados e até de outras regiões do país.
“Na verdade, o que identificamos, preliminarmente, por meio de tecnologias já consolidados como o Sicar, Sigef e a própria base geoprocessada do Ipaam, é que o indicativo aponta que uma parte dos responsáveis pelos focos de calor que identificamos não é daqui do Estado do Amazonas, é de outros Estados. É bem provável que exista uma cultura de migração e que essas pessoas acabaram adquirindo terras no Amazonas”, afirma o presidente do Ipaam, Juliano Valente.
Das ocorrências, 43% foram identificadas em áreas federais e perto de 1% em unidades de conservação estaduais gerenciadas pela Sema (Secretaria de Estado de Meio Ambiente). Os focos de calor até então identificados representam 0,16% de toda a extensão territorial do Amazonas.
Para atuar de forma coordenada com outros órgãos do Amazonas, o governo do Estado instituiu um gabinete de crise para trabalhar no combate às queimadas e desmatamento ilegal na região. Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, a atuação da força-tarefa estadual está concentrada em áreas críticas, sobretudo as que foram identificadas graças às tecnologias que foram implementadas pelo Ipaam na última semana.
“Oitenta e quatro porcento dos incêndios estão localizados no sul do estado do Amazonas, e é por isso que essa região tem sido o foco principal da atuação que o estado tem feito. O uso das tecnologias utilizadas pela Sema e Ipaam funciona como uma ferramenta para dar mais efetividade ao trabalho das forças de combate efetivo aos incêndios florestais, economizando tempo e indo direto ao foco das queimadas”, afirmou Taveira.
As informações são obtidas graças a um trabalho conjunto da Sema, Ipaam, Corpo de Bombeiros, Batalhão Ambiental da Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria de Segurança Pública, Polícia Federal, Exército Brasileiro e Defesa Civil do Amazonas.