
Do ATUAL
MANAUS – Os índices de inflação de alimentos registrados nos quatro anos do governo Bolsonaro contestam a campanha de “comida barata novamente” promovida por deputados bolsonaristas na abertura do ano Legislativo, na segunda-feira (3), na Câmara dos Deputados.
Em uma “guerra de bonés” com governistas, parlamentares bolsonaristas usaram adereços com a inscrição “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026”. Os apoiadores do presidente Lula usaram adereço com a frase: “O Brasil é dos brasileiros”.
A oposição usa os dados de inflação de alimentos registrados no governo Lula nos dois primeiros anos de mandato. Em 2023, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de alimentos e bebidas fecharam em 1,03% e 0,33%. No ano seguinte, o IPCA registrou 7,69%, e o INPC, 7,6%.
No último ano de Bolsonaro, o encarecimento dos alimentos atingiu 11,64%. Nos anos anteriores, conforme o IBGE, a inflação de alimentos alcançou 6,37% (2019), 14,09% (2020) e 7,94% (2021).
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alberto Neto (PL-AM) aderiu ao movimento e publicou fotografia segurando um boné com a mensagem que promove o ex-presidente Bolsonaro.
No Instagram, o deputado publicou a frase: “Essa é a meta. Quem apoia? O Brasil precisa voltar para o rumo certo e com o nosso líder @jairmessiasbolsonaro“.
A mensagem, no entanto, contradiz os dados registrados no período do governo Bolsonaro, em que os alimentos ficaram mais caros. De 2019 a 2022, a alta de preços dos alimentos superou a média geral da inflação em três dos quatro anos.
O grupo de Alimentos e Bebidas registrou inflação acima de 6% em 2019, enquanto os índices gerais não ultrapassaram 4,5%, conforme o IPCA e o INPC.
Em 2020, primeiro ano de pandemia de Covid-19, a inflação de alimentos superou 14,%. O indicador foi puxado, principalmente, pelas altas de arroz, óleo de soja e batata.
No último ano do governo Bolsonaro, a inflação de alimentos e bebidas terminou aquele ano em quase 12% nos dois indicadores, contra 6% da inflação geral.
Em 2023, primeiro ano do governo Lula, os preços das carnes registraram queda de janeiro a setembro, mas voltaram a subir a partir de setembro.
Apesar disso, o IPCA e o INPC de alimentos e bebidas fecharam o primeiro ano de Lula 3 em 1,03% e 0,33%, respectivamente, bem abaixo dos indicadores gerais da inflação, que ficaram em 3,71% (INPC) e 4,62% (IPCA).
Em 2024, o preço dos alimentos voltou a subir fortemente, em especial carnes, café e leite longa vida.