Do ATUAL
MANAUS – O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Amazonas não comentará a acusação de interferência na contagem da população indígena no Censo 2022, informou o supervisor estadual de Disseminação de Informações do Instituto, Adjalma Nogueira Jaques.
A denúncia foi feita no dia 22 de agosto pela presidente do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro e do Conselho Municipal de Direitos Humanos de Manaus, Helderli Fideliz Castro de Sá Leão Alves, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), do Senado, que investiga ONG’s (Organizações Não Governamentais) na Amazônia.
No depoimento, Helderli Fideliz afirmou que os recenseadores estimularam pessoas mestiças a se declararem indígenas como forma de aumentar o número dessa população no Amazonas. O discurso foi corroborado pelo presidente da CPI, Plínio Valério (PSDB-AM) e pelo relator da Comissão, Márcio Bittar (União-AC), que disse que a metodologia do Censo 2022 foi formulada com ajuda do ISA (Instituto Socioambiental), que visou os próprios interesses.
Adjalma Nogueira disse que o IBGE não comenta falas e posicionamentos de membros da sociedade ou representantes da sociedade organizada. Disse, ainda, que o todas as perguntas feitas e alternativas de respostas contidas nos questionários do Censo foram “amplamente discutidas em diversos níveis e aprovadas por diversos especialistas nos temas abordados”.
Em nota, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) informou que não possui qualquer interferência na coleta, no tratamento dos dados ou em qualquer operação de atribuição do IBGE, e que apenas celebrou um acordo de cooperação técnica com o Instituto para facilitar e apoiar a entrada dos recenseadores em terras indígenas.
Disse também que a autoidentificação é considerada critério fundamental para o reconhecimento étnico e que não realiza qualquer atividade de estímulo para reconhecimento étnico dos povos indígenas.
“A Funai segue a política de respeito do direito de escolha e decisão dos grupos e indivíduos indígenas e refuta qualquer alegação de que teria estimulado o autorreconhecimento de indígenas ou manipulado o Censo”, diz a nota.