Por Guilherme Nery, do ATUAL
HUMAITÁ- Às vésperas do show de Mano Walter em Humaitá (município amazonense a 592 quilômetros de Manaus), o MPC-AM (Ministério Público de Contas do Amazonas) apresentou um pedido ao TCE-AM (Tribunal de Contas do Amazonas) para que a contratação do show do cantor seja apurada por possíveis irregularidades. O cachê é de R$ 260 mil, pago pelo município.
A representação do MPC-AM foi publicada no Diário Oficial Eletrônico do TCE-AM do dia 11 de outubro, e é em desfavor ao prefeito de Humaitá, Dedei Lobo.
A apresentação de Mano Walter está prevista para o sábado (14), na 24ª Exposição Agropecuária de Humaitá. A festividade ocorre em um período que o município sofre com a forte seca, e é umas das cidades em situação de emergência.
De acordo com a publicação, em meio a essa crise, investir em um evento artístico levanta questionamentos sobre a adequação dos gastos públicos, os princípios de responsabilidade fiscal e o dever do Estado de garantir serviços essenciais à população.
Caso seja comprovada alguma irregularidade, o texto pede suspensão do contrato de prestação de serviços.
O chefe do Executivo de Humaitá ainda não se manifestou sobre qualquer mudança na programação do evento.
Shows de cantores durante a seca no AM
Os mesmos órgãos já haviam solicitado um procedimento similar para o show do Zé Vaqueiro em Manacapuru (a 100 quilômetros de Manaus). Na representação, o MPC-AM também pediu apuração do contrato de R$ 490 mil para o show do cantor.
No dia 5 de outubro, o conselheiro Mário de Mello deu 48 horas para o prefeito do município, Beto D’Ângelo (Republicanos) se manifestar sobre a apresentação do cantor na 1ª Feira Agropecuária de Manacapuru (Expomanacá 2023), também neste sábado (14).
Beto D’Ângelo não anunciou a suspensão ou alteração da programação da Expomanacá.
Durante o mês de outubro, a cantor Zé Vaqueiro ainda deve cumprir uma agenda de shows em municípios do interior do Amazonas.
O artista foi contratado por R$ 500 mil para se apresentar em Tabatinga (a 1.106 quilômetros de Manaus) e também em Parintins (a 369 quilômetros da capital), onde ainda não teve o valor do cachê divulgado.