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MANAUS — Adeilson Duque Fonseca, o “Bacana”, preso por agredir o sambista Paulo Onça em um acidente de trânsito em Manaus, permaneceu calado ao depor pela primeira vez à Polícia Civil, disse o delegado Cícero Túlio, do 1º DIP (Distrito Integrado de Polícia) em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (9). Adeilson foi detido ao se entregar no sábado (7).
“A princípio ele falou que iria se reservar ao direito constitucional de permanecer em silêncio. Nós ainda não formalizamos o seu interrogatório. Dentro do prazo do inquérito, vamos nos deslocar até a unidade prisional onde ele se encontra custodiado para a gente tentar coletar alguma declaração acerca do caso”, disse Cícero Túlio.
Conforme o delegado, mesmo que Adeilson Duque permaneça calado e se recuse a contribuir com as investigações, a polícia tem “suficientemente comprovado a sua participação nesse evento criminoso”.
A esposa de Paulo Onça, Simone Andrade, que esteve acompanhada dos advogados na delegacia, disse que o suspeito não deu “chance” de defesa ao esposo, e que a família pede justiça. Ela relatou que o compositor permanece em coma induzido após cirurgia para retirar coágulo da cabeça.
“É um sentimento de revolta, eu preciso buscar justiça para o Paulo Onça. A família, a mãe é um sofrimento muito grande para quem está passando. Esse cara foi muito perverso. Ele não teve dó do Paulo, ele não deu chance para o Paulo”, disse Simone.
O caso
Imagens divulgadas na internet mostram o momento em que Paulo Onça avança o sinal fechado em trecho da Rua Major Gabriel, no bairro Praça 14, zona sul de Manaus, e bate no carro de Adeilson Duque.
Adeilson sai rapidamente do veículo e vai até o carro de Paulo Onça, dá socos no vidro fechado, abre a porta e agride o sambista. O vídeo mostra ainda que Adeilson foi contido pela mulher, mas ele a empurra, enquanto Paulo Onça tem dificuldade para sair do carro. As imagens mostram Adeilson dando socos e chutes no compositor, que cai no chão inconsciente.
Segundo o delegado, até o momento Adeilson Duque responde por tentativa de homicídio, mas pode responder por mais crimes até o fim das investigações.