Da Redação
MANAUS – Ao confirmar candidatura à Prefeitura de Manaus, na tarde desta sexta-feira, na convenção do partido, o deputado federal Hissa Abrahão (PDT) ensaiou um discurso de oposição, mas confundiu oposição partidária com infraestrutura urbana. “Nós somos a verdadeira oposição aos problemas de Manaus”, disse Hissa, que foi governo como vice do atual prefeito Arthur Neto (PSDB) e é do partido aliado ao PT, de sustentação da presidente afastada Dilma Rousseff.
A fidelidade ao PT, aliás, gerou uma saia justa a Hissa na votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Ao votar a favor da destituição da presidente, Abrahão foi ameaçado de ser expulso do partido. A pendenga foi esquecida no lançamento oficial da candidatura do parlamentar. “Isso já é assunto ultrapassado. Ele teve momentos de divergência nacional e teve as consequências dessa divergência, nós estamos aqui por Manaus, disse o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
O cacique do PDT, aliás, endossou uma contradição de Hissa, que disse não ter apoio de cacique. “Cacique é meia dúzia, índio é a maioria”, discursou Lupi.
Na referência aos indígenas, Abrahão insistiu que, como cacique do PDT no Amazonas, pretende lançar flechas verbais contra os candidatos da ‘máquina’. “Nós vamos continuar combatendo aqueles candidatos que se dizem oposição e que na realidade desempenham um papel para o governo Melo”, declarou. “Nós não somos candidatos de máquinas. Existem dois candidatos da máquina: a máquina da prefeitura e a máquina do Melo”, afirmou, ao se referir ao governador do Amazonas, José Melo (PROS). Melo havia declarado apoio a Arthur, mas o prefeito rompeu com o governador.
Sobre alianças para turbinar a candidatura, Hissa se contentou apenas com o PSDC. “Foi o que nós conseguimos”, disse Abrahão, que terá como candidato a vice o deputado estadual Adjuto Afonso, também do PDT, e que tem base eleitoral no interior do Estado.