Por Teófilo Benarrós de Mesquita, do ATUAL
MANAUS – O candidato do Podemos a governador do Amazonas, Henrique Oliveira, recebeu o mesmo valor que o candidato do MDB, Eduardo Braga, para a campanha eleitoral deste ano. À véspera do primeiro turno da disputa, o sistema DivulgaCandContas do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) registra doações que somam R$ 7.015.000,00 a Henrique Oliveira e R$ 7.042.200,00, a Braga.
Dos valores tanto para um quanto para outro candidato, R$ 7 milhões são do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (fundo eleitoral).
Henrique recebeu R$ 6,6 milhões do Pros, partido que compõe com o Podemos a coligação “Amazonas Pode Mais”, e R$ 415 mil do diretório estadual do Podemos.
Eduardo Braga recebeu R$ 4 milhões do diretório estadual do MDB e R$ 3 milhões do diretório nacional (todo o recurso é do fundo eleitoral). Outros 42,2 mil são de doadores pessoas físicas.
Braga e Henrique, nesta ordem, são os candidatos a governador do Amazonas que mais arrecadaram dinheiro para a campanha, conforme os registros no TSE.
Todos os candidatos
Considerando todos candidatos a governador do Estado, o valor arrecadado é de R$ 37,6 milhões até este sábado (30). As despesas somam R$ 21,1 milhões. A maior parte do dinheiro investido nas campanhas é de recurso público dos fundos eleitoral e partidário: R$ 35,929 milhões, o que representa 95,33% das doações.
Eduardo Braga declarou gastos de R$ 4,952 milhões. Não há registro de despesa do candidato Henrique Oliveira. A prestação de contas parcial, apresentada em 12 de setembro, foi entregue sem movimentação.
À reportagem do ATUAL, Henrique Oliveira informou que recebeu dinheiro do Pros e do Podemos, mas o primeiro partido só liberou os recursos depois de passada a primeira parcial da prestação de contas. Ele também disse que o dinheiro não é apenas para a candidatura de governador, mas de todos os candidatos da coligação.
Segundo Henrique, a prestação de contas será feita nos próximos dias e o dinheiro não gasto será devolvido aos partidos.
Carol Braz (PDT) tem a terceira maior receita, R$ 6,75 milhões. O valor foi repassado pelo diretório nacional do partido. As despesas somam R$ 4,098 milhões.
Candidato a reeleição, Wilson Lima (União Brasil) tem o quarto maior volume em receitas, com R$ 6,553 milhões. É, até o momento, o concorrente com maior despesa declarada – R$ 5,797 milhões.
Amazonino Mendes (Cidadania) recebeu R$ 5,061 milhões em doações e pagou despesas que somam R$ 3,278 milhões. Ricardo Nicolau (Solidariedade) tem receitas de R$ 4,646 milhões e despesas de R$ 2,9 milhões.
Nair Blair (Agir) e Israel Tuyuka (Psol) são os quem têm menores arrecadações e despesas. Blair recebeu R$ 400 mil da direção nacional do partido, e declarou despesas de R$ 14,8 mil. Tuyuka teve doação de R$ 213 mil, dos quais R$ 54 foram gastos.
Dos oito candidatos, cinco receberam recursos somente dos fundos partidários: Amazonino Mendes (Cidadania), Henrique Oliveira, Carol Braz, Israel Tuyuka e Nair Blair, que teve o registro de candidatura negado mas concorre com recurso.
A resolução 23.607 do TSE permite que partidos políticos e candidatas ou candidatos possam aarecadar recursos e contrair obrigações até o dia da eleição. Após o prazo, é permitida a arrecadação de recursos exclusivamente para a quitação de despesas já contraídas e não pagas até o dia da eleição, que deverão estar integralmente quitadas até o prazo de entrega da prestação de contas à Justiça Eleitoral.
Eventuais débitos de campanha não quitados até a data fixada para a apresentação da prestação de contas podem ser assumidos pelo partido político.