Da Redação
MANAUS – Em manifestação na noite desse domingo, 3, em frente ao Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto, médicos de empresas contratadas pela Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas) voltaram a cobrar o pagamento de cotas de contratos que estão atrasadas. Eles alegam que a Susam não cumpriu acordo. A Secretaria respondeu que está cumprindo o que foi negociado, de pagar as dívidas de forma isonômica – em valores iguais para todas as empresas. O impasse se acirrou com a manifestação do órgão pública e da entidade privada em notas distribuídas à imprensa.
As empresas médicas reforçaram a decisão de manter atendimento nos hospitais apenas aos casos de urgência, emergência, acompanhamento na UTI e cirurgias de alta complexidade. Casos simples de saúde são encaminhados para as UBS (Unidades Básicas de Saúde).
A Susam informa que a direção das unidades de saúde providencia a organização dos atendimentos no caso de manifestação dos médicos. Também assegurou que elabora um plano de contingência para garantir os serviços de saúde.
Confira as notas das empresas e da Susam na íntegra.
NOTA DE ESCLARECIMENTO
As Empresas Médicas do Amazonas vêm a público reiterar que permanecem mobilizadas em todas as Unidades da Rede Estadual de Saúde, em busca de melhores condições de atendimento e recebimento dos pagamentos atrasados.
Entretanto, deixamos claro mais uma vez que o atendimento de Emergência segue normalmente, e todos os profissionais médicos estão presentes nas unidades, prestando assistência aos doentes na UTI, Centro Cirúrgico, Sala de Emergência, Sala de Politrauma e Enfermarias, assim como se desdobrando para conseguir assistir inúmeros pacientes internados em macas e poltronas, com falta de medicamentos e equipamentos sucateados.
Não há falta de médicos trabalhando nas unidades de urgência/emergência! Existe sim falta de estrutura por parte da Secretaria de Saúde para que os profissionais possam oferecer atendimento digno aos pacientes!
Atenciosamente, Empresas de Especialidades Médicas prestadoras de serviços à Susam
ICEA, COOPANEST, IGOAM, ITOAM, IMED-AM, COOPERCLIM, COOPANEO, COOAP, SAPP, CNA, CARDIOBABY, COOPATI, UNINEFRO, UNIVASC..
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Secretaria de Estado de Saúde (Susam) afirma que respeita o direito do trabalhador à livre manifestação e reitera que está cumprindo com o que acordou em reunião com as empresas médicas, no último dia 24 de janeiro, de executar o pagamento de parte da competência referente ao mês de dezembro.
Os processos de pagamento estão acontecendo desde a semana passada, por uma força-tarefa montada na secretaria e, até a sexta-feira (01/02), já havia sido autorizado pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) um total de R$ 28,4 milhões referentes aos R$ 65,7 milhões acordados, além de concluído o pagamento de R$ 32 milhões de restos a pagar de 2018, num total de 58,4 milhões liberados em uma semana e já creditado em conta. Outros R$ 13 milhões estão previstos para o início da semana. Os pagamentos continuarão sendo liquidados conforme forem se tornando aptos.
A Susam esclarece que, diante da manifestação dos profissionais de saúde, a direção das unidades atuou no sentido de organizar e manter a rotina normal de atendimento e garantir os serviços aos usuários que buscaram os prontos-socorros e a rede de urgência e emergência.
Atendimentos de urgência e emergência são realizados conforme a classificação de risco, priorizando os casos mais graves, que são atendidos primeiro e que, em momentos de pico, como nos fins de semana, onde os prontos-socorros são as únicas unidades com portas abertas, pode haver sobrecarga e demora no atendimento. Nesse sentido, foram tomadas as medidas necessárias para desafogar unidades como o Pronto-Socorro 28 de Agosto, com transferências e reforço de equipes.
A atual gestão da Susam, que assumiu há um mês, está trabalhando para melhorar o atendimento, acabar com os atrasos nos pagamentos aos fornecedores e prestadores de serviços e também para suprir as unidades com medicamentos e insumos necessários. E por fim, a Susam tranquiliza a população, pois não poupará esforços para garantir aos usuários o direito de ter o atendimento de qualidade quando buscam as unidades da rede estadual, inclusive com um plano de contingência, caso se faça necessário.