Por Joana Cunha, da Folhapress
SÃO PAULO – Em uma nova reunião com representantes de empresários em São Paulo nesta sexta (16), o ministro Paulo Guedes conseguiu agradar, segundo Gabriel Kanner, presidente do grupo de empresários Brasil 200, que organizou o encontro. “Falamos sobre PIS Cofins, ICMS, ISS, Imposto de Renda. Ele conseguiu acalmar um pouco os ânimos da turma. Garantiu que não vai ter aumento de arrecadação. Pelo contrário”, disse Kanner.
O que agradou foi a disposição do ministro para ouvi-los. Segundo ele, Guedes disse que fará visitas semanais à capital paulista para se aproximar do empresariado e ouvir suas ideias sobre a reforma tributária. Após a reunião, que durou cerca de duas horas, Kanner disse que o ministro pediu a formação de um grupo de trabalho para encaminhar as propostas.
“A proposta que o governo soltou do Imposto de Renda não era para ter sido desse jeito. Ele falou que as críticas foram positivas. Isso o ajuda a diminuir a carga tributária, porque esse projeto veio da Receita Federal, então, é óbvio que vai querer arrecadar mais”, afirma o empresário.
Segundo ele, o ministro assistiu a uma apresentação do projeto chamado Simplifica Já, proposta que abrange ICMS, ISS e a desoneração da folha de salários. Representantes do setor de comércio e serviços, que também participaram do encontro, saíram animados.
“Essa foi a segunda fatia [da reforma tributária do governo]. A primeira foi a do Pis Cofins, que a gente pontuou também que não tem como colocar uma alíquota de 12% como o governo estava querendo. Teria de baixar. Ele chegou a falar em uma alíquota de 8%, que já melhoraria bastante, mas o ideal seria colocar 4%, porque 12% seria muito danoso para o setor de serviços”, diz Kanner.
Segundo ele, o ministro também conseguiu apaziguar na questão do Imposto de Renda. “Teve aquela gritaria logo quando eles lançaram. E hoje, na reunião, eu senti que o pessoal aceitou, que tudo bem. Vai ter que tributar dividendos, a gente vai ter uma compensação de Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Eu senti que esse ponto ficou bem resolvido para a maioria”, afirma.
Para o presidente da Alshop (associação que reúne lojistas de shoppings), Nabil Sahyoun, a reunião foi excelente. “O ministro prometeu estudar os pedidos e deixou uma linha aberta com os secretários, para mantermos contato e buscarmos soluções”, afirma.
João Diniz, presidente do Cebrasse (Central Brasileira do Setor de Serviços), também saiu da reunião dizendo que o ministro se mostrou aberto para analisar as propostas apresentadas no encontro e para fazer novas reuniões sobre a reforma tributária com os empresários. “Também falamos de outro problema, que é a CBS com alíquota de 12%. Não tem como ficar assim. O ministro acenou um percentual menor que não sacrifique o setor de serviços”, afirma Diniz.