Da Redação, com informações da assessoria
MANAUS – Pela primeira vez em Manaus, o grupo Cobra Venenosa leva o carimbó paraense ao Suanam Espaço Cultural (Rua Ferreira Pena, 139, Centro). O evento acontece nesta quinta-feira, 14, véspera de feriado, a partir das 20h, e terá como pré-show as bandas Cabocrioulo e Casa de Caba. Os ingressos já podem ser adquirido pelo valor de R$ 20 no site sympla.com.br.
A noite dançante também contará com comidas típicas, exposição, sinuca e um brinde surpresa pra deixar todo mundo animado. Vívian da banda Gramophone, DJ Carol Amaral, o saxofonista Elizeu Costa e Bernardo Mesquita fazem participações especiais
Diretamente de Belém do Pará, Cobra Venenosa promete envolver o público com a força e a representatividade do carimbó paraense. O grupo completou três anos de (R)existência na selva de pedra belenense, superando obstáculos com poesia e reinventando caminhos para tocar carimbó empoderado, pau e corda, experimental, performático e autoral.
Os ‘Venenosos’ definem seu estilo musical como “música para romper engrenagens e sonhar o novo tempo, no qual a vida, o amor e a liberdade não sejam luta, sejam realidade. É um trabalho que aposta na força dos tambores, com arranjos que passeiam entre o tradicional nos instrumentos e o moderno nos arranjos, efeitos orgânicos e experimentações. Música das encantarias das matas e do caos da urbanidade”.
Em Manaus entre os dias 9 a 15 desse mês, Cobra Venenosa fará além do show, oficinas e cine + bate-papo sobre corimbo, ancestralidade e cultura popular regional. Mais informações podem ser encontradas pelas redes sociais da Suanam Espaço Cultural: @suanamcultural.
Cobra Venenosa
Osso duro de roer, como cantou Mestre Verequete, para o Cobra Venenosa o Carimbó não é apenas um ritmo. É um estilo de vida, é uma raiz da ancestralidade de nossa Amazônia profunda, indígena e negra; de rios, floresta, fauna, também asfalto, crises urbanas, contradições políticas, e é uma das formas de resistência secular contra opressões e silenciamentos.
As comunidades carimbozeiras, rurais e urbanas, atravessam séculos mantendo e recriando tradições. São nessas águas de ancestralidade e resistência que o grupo se banha e entoa seu canto urbano, entrelaçado nas raízes e libertário na poética.
Carimbó empoderado, marginal e poesia negra da Amazônia. Independente da definição que se queira dar, o fato é que o som dos tambores e dos versos contundentes, performáticos e inéditos experimentados pelo grupo desde sua criação em 2016, não passa despercebido por ninguém.
Criado no distrito de Icoaraci, território de efervescência do carimbó no estado do Pará, têm atuado com diversos parceiros musicais para ocupar além de palcos; ruas, praças, calçadas, transportes coletivos, atos políticos, saraus, batuques, ‘mangueios’ e toda sorte de encontros, e até desencontros, destes que fazem da vida essa permanente reinvenção de atos e ideias.
Em 2018, contemplados pelo VI Prêmio Proex-UFPA de Arte e Cultura, gravaram seu primeiro disco, homônimo, “Carimbó Cobra Venenosa”, no Estúdio Z, sob o talento e sensibilidade de Thiago Albuquerque, com composições inéditas de Hugo Caetano, Priscila Duque, Renato Caranã e Mestre Lourival Igarapé.
Com Produção Executiva da SubVersiva Produção Cultural Independente e parceria com a Na Cuia Produtora, o disco teve Produção Musical de Hugo Caetano, Priscila Duque, Rodrigo Etnos e Ney Lima Pela Paz; e foi lançado em junho de 2019, no Insano Marina Club. Em breve estará nas plataformas digitais.
Os venenosos, ao longo dessa trajetória, já participaram de vários festivais na capital e interior do estado do Pará (I Festival de Carimbó de Soure; Festival Amazônia Negra; Rock Rio Guamá; Projeto Mestres Urbanos de Icoaraci; Prêmio Exu de Música; XXII Feira Pan-Amazônica do Livro; Festival Marajoara de Cultura Amazônica; Festival Canto da Sereia; Festival Mulher, Arte, Narrativas e Ativivismo – M.A.N.A, entre outros).
Em 2018, realizaram uma turnê independente no estado do Rio de Janeiro, percorrendo casas de shows e centros culturais na capital RJ e em Paraty. Também em 2018, participaram da “Noite Afroamazônica”, em Salvador (BA), durante o Fórum Social Mundial. Ainda 2018, o fechamento com chave de ouro, veio quando Priscila Duque (liderança fundadora da SubVersiva Produção Cultural Independente e do Carimbó Cobra Venenosa) foi premiada pelo Ministério da Cultura, por meio do edital “Selma do Coco”, por reconhecimento ao trabalho com iniciativas que reinventam a Cultura Popular.
Em 2019, além de lançar o primeiro álbum, o grupo foi atração na Semana Cabana, da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Secult-PA) e, premiado pelo edital Folguedos Juninos, foi um dos grupos que esteve no Arraial da Fundação Cultural do Pará. No próximo mês de Novembro, farão shows e vivências de Carimbó em Manaus (AM) e são atração confirmada na segunda edição do Palco Negro Autoral.
Cobra Venenosa aposta na força dos tambores, com arranjos que passeiam entre o tradicional nos instrumentos e o moderno nos arranjos, efeitos orgânicos e experimentações. Música das encantarias das matas e do caos da urbanidade.