Da Redação
MANAUS – Danicley de Aguiar, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, atribui as mortes do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips à omissão do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em nota, o Greenpeace lamenta a morte dos ativistas.
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Danicley de Aguiar afirma que o sentimento dos que entregam a vida em defesa da floresta e dos povos tradicionais é de abandono e revolta.
“Graças às ações e omissões de um governo comprometido com a economia da destruição, ficamos órfãos de dois grandes defensores da Amazônia e, ao mesmo tempo, reféns do crime organizado que hoje é soberano na região”, criticou.
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O porta-voz do Greenpeace avalia que nos últimos três anos o Brasil vem se configurando cada vez mais em uma terra em que a única lei válida é a do “vale-tudo”.
“Vale a invasão e grilagem de territórios; vale a proliferação do garimpo; vale a extração ilegal de madeira; vale todo e qualquer conflito territorial… e vale matar para garantir que nenhuma dessas atividades criminosas sejam impedidas de acontecer. E tudo isso alimentado pelas ações e omissões do governo brasileiro”, disse.
Na nota, o Greenpeace Brasil declara que nos últimos três anos os povos da floresta vivenciam um aumento vertiginoso da violência em seus territórios, e que dentro do Congresso a situação não é diferente.
“Enquanto o mundo lamenta a perda de Bruno Pereira, de Dom Phillips, tramitam no Congresso projetos de lei que ameaçam as Terras Indígenas (TIs) brasileiras, como o PL 191/2020, que libera a mineração e outras formas de exploração econômica dentro de TIs; e o PL 490/2007 que, de maneira inconstitucional, advoga em favor do Marco Temporal”, diz trecho da nota.
Pat Venditti, diretor executivo do Greenpeace Reino Unido, país de origem do jornalista Dom Phillips, afirma que o mundo tem de acordar e tomar as medidas necessárias para pôr fim à violência e à repressão intoleráveis que assolam a Amazônia.
“A maior homenagem que podemos prestar agora a Bruno e Dom é continuar o seu trabalho vital até que todos os povos do Brasil e as suas florestas estejam totalmente protegidos”, declarou.