Por Taís Hirata, da Folhapress
SÃO PAULO – O ministro de Minas e Energia, o almirante Bento Albuquerque, afirma que uma proposta de privatização da Eletrobras ficará pronta até junho deste ano.
“Um plano de trabalho foi feito há cerca de dois meses e pretendemos concluí-lo em junho. O que já foi decidido: a empresa, seja ela Eletrobras ou qualquer outro nome, ela tem que voltar a ter capacidade de investir”, disse o ministro nesta quarta-feira, 27, em São Paulo, após discursar a uma plateia de investidores em um evento do banco BTG Pactual.
“Não adianta vender a Eletrobras se ela hoje não tem valor, porque não tem capacidade de investimento”, afirmou.
O processo, segundo ele, tem chance de ser concluído ainda neste ano, mas isso dependerá da tramitação no Congresso Nacional. O ministro defende que o projeto de lei que tratará da desestatização saia dos próprios parlamentares.
“Nosso plano de trabalho inclui o Congresso. Não vamos preparar um projeto e encaminhar. Vamos discutir com lideranças, os deputados que fazem parte das comissões, e o ideal é que essa proposta saia do próprio Congresso, depois de trabalhada a quatro mãos [entre Legislativo e Executivo]”, afirmou.
Albuquerque ainda reforçou que o governo federal “poderá e deverá” ter uma golden share na empresa. “Agora, como ela [a golden share] vai ser, isso vai ser dentro do que governo tem que ter. O governo tem que ter capacidade de fiscalizar e regular”, disse.
Durante o evento, o almirante colocou a capitalização e a retomada de investimentos da Eletrobras como prioridades de sua gestão. “A Eletrobras, dentro do modelo [de desestatização] que for escolhido, poderá fazer os investimentos que o país precisa. Hoje, ela investe menos de um terço do que poderia investir em geração e transmissão.”