Por Guilherme Caetano, do Estadão Conteúdo
BRASÍLIA – O governo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspeita que os incêndios que têm assolado o País, sobretudo no interior de São Paulo, tenham sido causados por uma coordenação criminosa. Autoridades comparam os eventos a um novo “Dia do Fogo”, em que fazendeiros de Novo Progresso (PA) convocaram uma mobilização para queimadas na região em 2019.
Com as crescentes queimadas no Estado paulista, o presidente Lula se reuniu com a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) no Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) na tarde deste domingo, 25, em Brasília, para discutir ações de combate aos eventos.
Acompanhavam Lula o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e a primeira-dama Rosângela Silva.
Marina afirmou que 31 inquéritos já foram abertos pela Polícia Federal para apurar incêndios supostamente criminosos pelo País. Um deles diz respeito aos fogos em São Paulo, e um segundo também deve ser aberto nos próximos dias referente à mesma região.
“Trata-se de uma ação criminosa de quem está ateando fogo criminosamente. É uma guerra contra o fogo e contra a criminalidade”, afirmou a ministra.
Mais cedo, Marina afirmou em sua conta no X (antigo Twitter) que o governo federal enviou um avião da Forca Aérea Brasileira, o KC-390, para ajudar no combate ao fogo que assola o estado de São Paulo nos últimos dias. A aeronave, contudo, não conseguiu operar por causa do denso nevoeiro de fumaça.
O número de focos de incêndio registrados em agosto no Estado de São Paulo é o maior para qualquer mês nas cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Marina conversou com o governador paulista Tarcísio de Freitas (Republicanos) na noite deste sábado, 24, para prestar solidariedade e se colocou à disposição para “enfrentarmos conjuntamente essa situação, intensificada pelos fortes ventos e pela seca”.
Tarcísio, por sua vez, disse neste domingo que o Estado envia ajuda humanitária para desabrigados por causa dos incêndios. “Elas estão em abrigos. Estamos mandando colchões, água, kit de higiene e cestas básicas. Depois, vamos entrar na questão habitação”, afirmou em coletiva de imprensa que ocorreu em Ribeirão Preto, uma das cidades mais afetadas.
O governador, porém, não informou quantas pessoas estão desabrigados ou quantas casas foram danificadas pela onda de incêndios que atinge o interior de São Paulo. De acordo com o boletim, publicado às 10h41, há 21 cidades que enfrentam focos ativos de incêndio. Ao todo, são 46 municípios em alerta máximo para queimadas.