Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Após ato do vice-governador Carlos Almeida Filho (PSDB) exonerando o secretário de Segurança Pública, Louismar Bonates, o Governo do Amazonas publicou nota afirmando que o documento não tem validade e que foi criado pelo vice e um funcionário da Casa Civil sem conhecimento do chefe da pasta, Flávio Antony, e do governador Wilson Lima.
O documento foi assinado na quarta-feira, 21, na ausência de Wilson Lima, que está em viagem a Brasília, mas não chegou a ser publicado em versão impressa no DOE (Diário Oficial do Estado). Na manhã desta quinta-feira, a reportagem verificou que a última edição impressa disponível na Imprensa Oficial do Estado é do dia 19 de julho.
De acordo com o Governo do Amazonas, houve “fraude em documento”, pois o mesmo foi criado “de forma ilegal” pelo vice-governador e um funcionário comissionado, que será demitido. Para a cúpula do governo, o ato de Carlos Almeida é “gravíssimo” e “tem objetivo de causar instabilidade e danos ao governo”.
“O documento não chegou a ser publicado, por isso não tem validade e efeito. Mas o ato gravíssimo tem o objetivo de causar instabilidade e danos ao Governo. Diante disso, o servidor será exonerado, tendo tido as senhas de acesso ao sistema de governo canceladas e sido proibido de entrar na Casa Civil”, diz trecho da nota.
Carlos Almeida, no entanto, afirma que o documento é válido, pois, na ausência de Wilson Lima, o vice atua como governador em exercício e tem poder de exonerar secretários. Ao ATUAL, o tucano afirmou que “fez o que o Wilson já deveria ter feito há muito tempo”, em referência às denúncias que Bonates acumula como agente público e que são listadas no ato de exoneração.