Da Redação
MANAUS – Membro da Igreja Adventista, o governador interino do Amazonas, David Almeida (PSD), condenou o uso eleitoral de igrejas. Em entrevista ao ATUAL, na tarde desta sexta-feira, 14, Almeida se referiu a adversários políticos que recebem apoio de pastores em cultos nas igrejas evangélicas.
O governador disse que fará nova mudança no secretariado. Almeida não revelou quais secretários serão substituídos, mas confirmou que as alterações serão implementadas já na próxima semana. “A intenção é dar o mesmo dinamismo e a celeridade dos dois primeiros meses de governo”, declarou.
David Almeida disse que a promoção dos policiais militares foi feita implementada para cumprir ordem judicial e porque já havia recursos disponíveis, a partir do corte de gastos do governo. O governador interino reafirmou o enfrentamento aos adversários políticos.
Confira os principais trechos da entrevista ao ATUAL.
Promoção de policiais decretada por Flávio Pascarelli, governador em exercício
O ato estava pronto para eu assinar, já na semana passada. Foi uma medida acertada. Não me convém comentar sobre egos e vaidades. Existiam decisões judiciais que respaldavam as promoções e o escalonamento e decisão judicial não se discute, se cumpre.
Contratação de concursados
Estamos no período das condutas vedadas. Da necessidade de uma espera de um pouco mais de paciência em função de estarmos no período eleitoral e muitas pessoas começam a articular, a trabalhar para desarticular a administração pública com motivo meramente eleitoreiro.
O Estado do Amazonas vem perdendo sua capacidade de investimento nos últimos 12 anos e em função dessa queda de arrecadação chegou ao teto do limite de responsabilidade fiscal. Essas promoções da polícia não impactou porque quando eu cheguei fizemos as remoções, diminuímos cargos comissionados para obter os recursos necessários. Economizamos em torno de R$ 22 a R$ 23 milhões só para a Polícia Militar. O acordo com a polícia civil, os impactos financeiros para o escalonamento serão só com a chegada dos recursos da repatriação.
Eleição indireta
A eleição deveria ser indireta no segundo biênio do mandato e a decisão de um ministro (Luís Roberto Barroso) afronta a nossa Constituição Federal e por tabela a Constituição Estadual. Em caso de eleição indireta, sim, é possível eu ser candidato. Independe do partido.
Enfrentamento
Quando eu assumi o governo todos acharam que eu seria conduzido ou dominado. Iriam mandar e eu iria acatar. Não é assim. Depois pediram para eu ser magistrado no governo. E esse não é meu papel no exercício do governo. E achavam que eu estava brincando de apoiar a Rebecca Garcia. Eu estou apoiando efetivamente a Rebecca. Irei trabalhar fora do meu horário de trabalho para a eleição da Rebecca.
Encontro com Eduardo Braga
Nós conversamos sobre conjuntura nacional e estadual. Pouco se falou sobre apoio com relação à campanha política.
Endividamento do Estado
Nós precisamos mudar a prática de administração no Estado. De 2003 para cá, o Estado do Amazonas se endividou de uma forma exponencial. Nós estamos pagando agora, R$ 65 milhões mês, inclusive em maio e novembro precisamos pagar o dobro da dívida que dá R$ 130 milhões. Dívida de empréstimo contraídos para fazer o Prosamim, fazer a Arena, fazer a ponte, o Proama. Tudo isso no momento em que o Estado dispunha de recurso para fazer investimentos e não precisava desse endividamento. Quando tinha muito dinheiro não fizeram o investimento com os recursos do Estado.
Poderes públicos
Nós precisamos economizar. Temos reduzido substancialmente os contratos do Estado. Nós precisamos ajustar com todos os poderes para que não se tire mais do Executivo do que já se está tirando. Todo mundo quer aumento de salário para o professor, para o policial e de onde eles tiram? Do Executivo. O Executivo vai perder em torno de R$ 25 milhões. Com esse valor eu reabro o Hospital Delphina Aziz.
Pagamento a sogro de Abdala Fraxe (vice na chapa de Rebecca Garcia)
Tudo pronto, passado pela PGE (Procuradoria Geral do Estado), pelo orçamento e não tinha o nome dele lá. O secretário chega e diz olha isto aqui está pronto e vamos fazer a desapropriação. Eu não imaginava que seria parente do deputado Abdala. E mesmo assim é uma desapropriação. São 20 anos que estavam tramitando. Ato administrativo perfeito e eu só não paguei aquela lá da Carbras, eu paguei várias desapropriações. Existem recursos já destinados para desapropriações que precisam ser pagos para que eu possa avançar nas obras. Não existe nada de ilegal nisso. Não vejo algo de muito expressivo em relação à essa denúncia.
Uso eleitoral de igrejas
A Igreja Adventista é uma igreja apolítica e apartidária. Eu não recebo apoio da igreja. No dia que um pastor meu me levar ao púlpito e dizer que eu fui escolhido por Deus para ser apoiado eu empurro o pastor de cima do púlpito, porque púlpito de igreja não é para tratar questão política. Se Jesus vivesse nos dias de hoje, tinha tanto líder religiosos que ia levar lambada e chicotada porque estão usando da fé para fazer promoção política. A Igreja Adventista não tem projeto político. A questão política tem que ser tratada fora da igreja.
Governador poderia fazer corte na Secretária de Politica Fundiaria têm funcionários que não cumprem horário e ganham muito bem.
Gostei desse irmão, fala coerente !