Da Redação
MANAUS – Aos primeiros sintomas do novo coronavírus (Covid-19), o isolamento é decisivo para evitar o contágio. É que o vírus leva, em média, sete dias de incubação – tempo que decorre entre a introdução de um agente infeccioso num organismo e a manifestação dos primeiros sintomas da doença. Até esse momento, a pessoa infectada não transmite o vírus, explica a diretora-presidente da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas), Rosemary Pinto.
Após a manifestação da doença, o paciente passa a transmitir o vírus por um período de sete dias. Depois, a transmissão cessa e o paciente infectado, mesmo com a doença, deixa de ser ameaça, segundo Rosemary.
Por isso, a identificação da doença no período de transmissibilidade é fundamental para a eliminação do vírus.
“Nós temos 14 dias que são críticos. A pessoa entra em contato com alguém que tem o vírus e se contamina. Então ela vai entrar no que chamamos de período de incubação, quando o vírus vai se multiplicar dentro dela, vai se alojar nas células da faringe e depois no pulmão e vai se multiplicar. Durante o período de incubação, ela não está transmitindo o vírus. A média desse período de incubação são sete dias”, afirma a diretora da FVS.
A partir do sétimo dia ou do momento em que começam a aparecer os sintomas (febre, dor de garganta, tosse, coriza, falta de ar ou dificuldade de respirar) a pessoa passa a transmitir. “Então, apresentou sintomas, ela, durante sete dias, vai transmitir o vírus. Por isso que nós trabalhamos com o período máximo de isolamento de 14 dias.
A presidente da FVS explica que esses números são uma média e que pode haver período menor ou maior de incubação. “Sete dias seria o período de incubação e sete dias, o período de transmissibilidade”.
É nesse período de transmissibilidade que a pessoa deve ficar no isolamento social.
“Nós já temos os primeiros casos de contatos familiares. Isso quer dizer que se a pessoa está com tosse, uma corizazinha, tá febril, ela pode ter o novo vírus ou não. Pode ser um outro vírus respiratório das centenas que temos aqui. Se ela se isolar, ela vai evitar passar qualquer tipo de vírus. O isolamento total é muito benéfico”, afirma Rosemary Pinto.
Imunidade
A cura não garante a imunidade ao vírus, ou seja, uma pessoa que adquiriu a doença e ficou curado, pode voltar a ser contaminada.
Segundo Rosemary, os estudos ainda são insuficientes para dizer que há uma imunidade duradoura após a primeira infecção. “Se nós avaliarmos os outros coronavírus, não está imune”, diz. Isso porque, em relação a outros coronavírus que também afetam o sistema respiratório, há uma ‘repetição’ da doença.
“Quase todos os anos temos um resfriadozinho por um desses coronavírus. Com relação à Influenza, por exemplo, não existe imunidade. Você tem que tomar a vacina todos os anos. A outra característica é que esses vírus respiratórios vão sofrendo pequenas mutações. Pode ser que você desenvolveu algum tipo de resistência para um vírus, mas ele sofreu mutação, alterou sua composição e você não tem anticorpo para ele”, exemplifica.
Segundo Rosemary, estudos na China demonstram que algumas pessoas com o novo coronavírus ficaram curadas e depois reapresentaram, após duas semanas, os sinais novamente. “Não sabemos se é uma característica da doença ou uma nova contaminação”, disse.
Ela aconselha a adoção de todos os procedimentos de higiene, como lavar constantemente as mãos, passar álcool em gel e dar descarga no vazo sanitário sempre tampado para evitar transmissão pelas fezes.