MANAUS – Os funcionário da Delegacia Geral de Polícia Civil, contratados por uma empresa terceirizada e estagiários que prestam serviços nas delegacias e na própria DG declaram greve nesta quarta-feira, 19, devido ao atraso de três meses no pagamento de salários e bolsas. Eles cruzarão os braços a partir das 10h desta quinta-feira, 20, quando realizam um “apitaço” em frente a sede da Delegacia Geral, localizada na Avenida Pedro Teixeira, bairro Dom Pedro, zona oeste de Manaus.
De acordo com um funcionário que não quis se identificar, o atendimento no local será comprometido. “O funcionamento da DG, bem como os serviços oferecidos no local, realizados pelos servidores afetados, serão paralisados às 9h30, horário de início da concentração em frente à sede da instituição. Nossa intenção era trazer faixas e cartazes, mas para isso não temos dinheiro”, explicou.
O delegado-geral da Policia Civil, Orlando Amaral, informou ao AMAZONAS ATUAL que o pagamento seria feito esta semana, mas explicou que até o momento não conseguiu resolver a situação. “Isso não depende de mim. Estou tentando junto ao governador José Melo para solucionar o problema até a próxima segunda-feira, 24”, explicou. Na semana passada, o delegado-geral já havia dito à reportagem que não dependia dele o pagamento de salários dos funcionários e dos estagiários.
Manifestação
O objetivo dos servidores é chamar atenção do governo do Estado e repudiar o que eles consideram “desrespeito aos trabalhadores e às leis do trabalho” cometido pelo Estado, juntamente com as empresas terceirizadas e entidade responsável pelo pagamento de bolsas de estágio, que atuam na DG. Os estagiários não recebem pagamento de bolsas desde o mês de julho.
“Há funcionário que vai trabalhar de carona nas viaturas porque não tem dinheiro para pagar passagem de ônibus. Algumas mães já estão desesperadas porque não tem como comprar comida para os filhos, e alguns pais estão para ser presos por não pagar pensão alimentícia”, disse o funcionário.
O ato também é uma reivindicação de ex-funcionários que foram demitidos ou pediram demissão e até hoje não receberam os vencimentos devidos. Um exemplo é o caso dos estagiários que, além de sofrerem com o atraso na bolsa deste mês, ainda não receberam o pagamento referente a janeiro de 2015. Outros profissionais, como jornalistas, que foram demitidos desde o começo do ano, não receberem rescisão contratual e nem os salários dos meses trabalhados.
De acordo com o Portal da Transparência do Governo do Amazonas, a vigência do contrato com a JM Serviços, que contrata os funcionários, no valor de R$ 8.143.173,36, teve início no dia 21 de junho de 2014 e deveria ser encerrado no dia 21 de junho de 2015. A empresa recebeu recebeu até o dia 11 deste mês todo o valor empenhado pela Delegacia Geral neste ano: R$ 4,3 milhões.
Reivindicações
Os funcionários e estagiários reivindicam o pagamento imediato dos salários atrasados, com correção; pagamento de bolsas devidas a estagiários pela entidade responsável (A Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico e Social); pagamento de salários e direitos trabalhistas aos colegas que foram demitidas ou pediram demissão e não receberam; pagamento de vale transporte e vale refeição, que também não é repassado; rescisão do contrato que o Governo do Estado mantém com a empresa JM Serviços e que deveria ter sido encerrado, além da substituição imediata da empresa.