MANAUS – Ter uma árvore com seu nome gravado em uma placa, num dos locais que é o cartão de visita de entrada de Manaus – o aeroporto internacional Eduardo Gomes -, é o que proporciona o projeto Semear aos mil funcionários da multinacional Panasonic, instalada no PIM (Polo Industrial em Manaus).
A funcionaria Janaina Bastos Filho Barbosa, da área de recursos humanos da multinacional, ficou emocionada na hora do plantio de uma espécie amazônica, que tem uma placa com seu nome em frente à muda. “Fiquei muito emocionada. Tive uma sensação de pertencimento com a natureza, de fazer parte do meio ambiente. Senti nitidamente que somos uma coisa só”, conta.
O projeto Semear é uma parceria do Instituto Soka Centro de Pesquisas e Estudos Ambientais do Amazonas (Cepeam) com a Panasonic e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Nele, cada um dos mil funcionários da multinacional terá uma árvore com seu nome na área do aeroporto internacional de Manaus Eduardo Gomes.
Instalada há 36 anos no Polo Industrial de Manaus (PIM), o gerente geral da Panasonic em Manaus, Cesar Ueda, ressaltou que a multinacional foi muito bem recebida no Amazonas e que o plantio de mudas é uma forma de retribuir a esse acolhimento que a empresa teve em Manaus. “O projeto Semear está alinhado com o pensamento do nosso falecido fundador Kensuke Matsushita. Este plantio não só arborizará a área aos arredores do aeroporto Eduardo Gomes. Ele trará, também, uma conscientização ambiental”, destacou.
O superintendente em exercício da Infraero, Odone Bizz, disse que a iniciativa do projeto Semear é pioneira para os gestores de aeroportos no Brasil. “Sem dúvida, é um marco. É o início de uma parceria que deve ter dedicação nesta área sócioambiental. Temos que ter responsabilidade em dar continuidade a um projeto de importância ímpar, que será devidamente cuidado por todos nós”, ressaltou.
As mil mudas de espécies amazônicas catalogadas foram produzidas no Instituto Soka Cepeam, localizada na zona Leste de Manaus. Segundo o diretor do Cepeam, Edson Akira Sato, essas mudas possuem sementes com certificado de origem e qualidade genética comprovada pelo Centro de Sementes Nativas do Amazonas – CSNAM, vinculado à Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Akira destacou que, além de cada funcionário da multinacional ter uma árvore com seu nome, o projeto Semear vai além. “A parceria também iniciou a realização da Academia Ambiental, em que mil estudantes do ensino fundamental de 18 escolas da rede municipal de educação da zona Leste de Manaus serão capacitados sobre o tema educação ambiental com pesquisadores do Instituto Soka Cepeam, da Ufam e do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa)”, informou.
A primeira Academia Ambiental aconteceu no dia 15 de setembro, na área de 55 hectares de preservação ambiental do Cepeam, que fica em frente ao encontro das águas.
O plantio das mil mudas na área do aeroporto Eduardo Gomes será feito por cada um dos funcionários da Panasonic, com acompanhamento e monitoramento dos técnicos do Instituto Soka Cepeam, durante o período de um ano.
Sementes da Vida
O Instituto Soka Cepeam também é parceria do Tribunal de Justiça do Amazonas no projeto Sementes da Vida. Com o apoio de instituições parceiras, o projeto prevê o plantio de uma muda de árvore para cada criança nascida nas maternidades de Manaus. A Maternidade Municipal Moura Tapajóz, localizada na zona Centro-Oeste da cidade, foi a primeira a se associar ao projeto.
Academia Ambiental
Alinhado com a Agenda 2030 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o projeto Sementes da Vida visa através dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) realizar ações que promovam o plantio de mudas, e assim, corroborar e promover ações de preservação do meio ambiente, de mitigação da mudança do clima, adaptação e redução de impacto de danos ambientais com alerta precoce, para a educação ambiental e aumentar a conscientização e a capacidade humana e institucional.
Instituto Soka
O CEPEAM situa-se em uma área de 55 hectares, nas proximidades da capital do estado do Amazonas, Manaus. Suas atividades iniciaram na década de 1990, por iniciativa do presidente da Soka Gakkai Internacional, Daisaku Ikeda, que sempre teve o ideal de contribuir efetivamente para a proteção, manejo e conservação dos ecossistemas amazônicos.
Passou a existir oficialmente em 1993, quando da assinatura do convênio de cooperação técnico-científico entre o Cepeam, a Universidade Soka do Japão e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia da Amazônia (Sematec), hoje já extinta.
Em reconhecimento às ações empreendidas – por meio da Portaria 049/95 de 12 de julho de 1995 – o Ibama credenciou a área do Cepeam como uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN); integrando-a a um seleto grupo de unidades de conservação reconhecida e protegida pelo poder público.