RIO DE JANEIRO – Tentando evitar a empolgação, o técnico Zé Ricardo celebrou o fim do jejum de vitórias do Flamengo sobre o Vasco na noite de sábado, 25, e pregou cautela ao time rubro-negro que agora tem duas missões complicadas pela frente: a final da Taça Guanabara e a estreia na Copa Libertadores.
Para o treinador, a vitória por 1 a 0, além da classificação, valeu pelo fim da série de nove jogos sem vencer o rival. “O simbolismo da partida era muito grande. Sabíamos da ansiedade das partes”, disse o treinador. “Conseguimos controlar bem a partida, principalmente no segundo tempo, e tivemos possibilidade de definir. Criamos muitas oportunidades e não aproveitamos, mas os jogadores estavam bem concentrados e controlamos as ações. A felicidade vem pela vitória e também pelo merecimento que, ao meu modo de ver, aconteceu”, declarou.
A confiança renovada será importante para o próximo jogo, a final da Taça Guanabara, contra o Fluminense, que eliminou o Madureira na outra semifinal, também no sábado. “Vai ser outra grande pedreira, já que eles não sofreram gols ainda. Temos uma semana inteira para trabalhar, espero que a gente consiga fazer isso intensamente e com inteligência. Vamos estudar bastante o Fluminense para fazermos uma grande final”.
Depois de decidir o título contra o Flu, o Flamengo fará sua estreia na Libertadores. O adversário será o argentino San Lorenzo, no dia 8 de março. E Zé Ricardo já avisou que não deverá poupar jogadores na final pensando na competição continental. “A princípio, não. Se tivermos compromisso no meio de semana, teria de fazer uma avaliação diferente. A gente vai colocar em campo atletas que iniciaram hoje”, avisou.
Fluminense
Adversário do Fla na final do primeiro turno do Carocão, o técnico Abel Braga não escondeu a insatisfação com o desempenho do Fluminense diante do Madureira. Para o treinador, o adversário foi superior durante toda a partida, disputada em Duque de Caxias, e teve chance de obter a classificação. A vaga na final só ficou com o time tricolor porque o empate sem gols favorecia o dono da melhor campanha na fase de grupos. “O Madureira sempre foi superior. O nosso nível técnico foi muito abaixo”, disse Abel. “Tem 33 dias que começamos um trabalho. Estamos na final. Estou feliz. A gente fez a melhor campanha e manteve a invencibilidade defensiva. Por isso, classificamos”, disse o treinador, quase conformado com a atuação irregular de sua equipe no estádio Los Lários.
Para Abel, o fato de o Fluminense obter a classificação mesmo jogando mal indica o potencial do time. “Aquilo que eu cheguei falando ao torcedor aconteceu: não faltou alma. Tem de ser dessa maneira. Não vai ser sempre que vamos jogar bem. Quando acontece isso e não perde, é porque tem algo no grupo”, declarou.
O técnico também se mostrou insatisfeito com o desempenho da arbitragem. Na sua avaliação, o juiz Rodrigo Carvalhaes de Miranda foi condescendente com o estilo que considera mais agressivo do Madureira. “Sempre disse que não comento, mas posso falar pois passamos de fase. O árbitro é muito fraco. Quero ver se ele vai colocar na súmula a agressão ao Sornoza. Os critérios usados foram todos errados. Pode ser que estivesse em dia ruim”, afirmou, referindo-se ao meio-campista da sua equipe.
Com a classificação suada, o Fluminense fará o clássico com o Flamengo na final da Taça Guanabara, o primeiro turno do Campeonato Carioca, no próximo domingo. Para Abel, o rival já entra como favorito ao título, em razão da melhor atuação no clássico com o Vasco, também disputado no sábado. “Vai ser um jogo bom. O time deles é melhor. Joga um ano junto, mesmo treinador (Zé Ricardo). Agora, meu time não será o que foi no sábado”, prometeu o treinador.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)