Lamentável o pronunciamento do presidente Bolsonaro, de criticar as medidas de proteção do povo em função da pandemia do Coronavírus.
Ele questiona o fechamento das escolas e a permanência dos estudantes em suas casas e também o fechamento das empresas e a redução da circulação das pessoas. Ele não concorda com a orientação das autoridades da saúde, que recomenda que a população permaneça em casa, como forma de evitar o contágio e a sua propagação.
Ora, estamos falando de uma doença grave, que se alastrou por todo o mundo. São quase 400 mil pessoas infectadas em nível mundial e cerca de 20 mil mortes. No Brasil, são 2.500 vítimas e 59 mortes. O assunto é sério. Não é histeria, não é uma “gripezinha”, como diz o Bolsonaro.
E a contaminação é rápida. No Amazonas, há uma semana, tinham 02 casos registrados. Hoje, tem 54 casos e uma morte, uma pessoa de Parintins. E tudo indica que vai crescer mais ainda, se não houver medidas certas pelo poder público e participação efetiva da população.
Estou cobrando do Governo do Estado informações sobre a estrutura de atendimento na saúde, quantidade de kits de exames, leitos de UTI e equipamentos de respiração mecânica. Precisa de mais orientações para a população. Também cobro que o governador pague os enfermeiros, que não recebem há 4 meses os seus salários.
Todas as pessoas são afetadas. Trabalhadores sem renda e emprego. Empresas que fecham e deixam de produzir. As microempresas são as mais frágeis. O Governo Federal e o Governo Estadual propõem uma ajuda de R$ 200 para os trabalhadores. É muito pouco.
Apresentei na Câmara dos Deputados projetos para garantir que todos os trabalhadores da informalidade recebam um salário mínimo, bem como que todas as pessoas que ficarem desempregadas recebam o seguro desemprego.
Outro projeto é que se pague em dobro o valor do Bolsa Família para as famílias que têm os filhos em casa, e garantir alimentação, visto não ter a merenda escolar.
O Governo pode ajudar ampliando as compras públicas junto à agricultura familiar e às pequenas empresas, destinando alimentos para programas que ajudem as famílias mais pobres. Estou propondo que os bancos públicos criem linhas de crédito emergencial para capital de giro, sem burocracias, baixos juros e prazos longos. Vai ajudar a girar a economia e geração de renda.
Na primeira sessão virtual da Câmara dos Deputados de ontem foi votado projeto para ampliar as compras para merenda escolar e distribuição para as famílias.
Neste momento, não podemos aceitar os cortes nos serviços de energia, água e comunicação. Necessário prorrogar pagamento de IPTU e Alvarás nas cidades. Vamos continuar com as medidas de prevenção, reduzindo a circulação.
Vamos cuidar da vida, principalmente, dos idosos. Nossa solidariedade aos profissionais da saúde, que estão lutando pela saúde do povo. E eles também nos alertam: vamos ficar em casa, sim.
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