Da Redação
MANAUS – O Festival Amazonas de Ópera atraiu mais de 490 mil pessoas entre os anos de 1997 e 2019 para apresentações realizadas no Teatro Amazonas, o ponto turístico mais reconhecido da capital do Amazonas, e em outras cidades do Estado, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Cultura, que realiza o evento.
A homenagem deste ano é ao centenário de nascimento de Cláudio Santoro, com a estreia de “Alma”, ópera de autoria do compositor amazonense.
“Alma” é uma obra baseada na primeira parte da trilogia “Os condenados”, de Oswald de Andrade, escritor modernista brasileiro e um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo. A história se passa na mesma cidade, também nos anos de 1920, e mostra a conturbada relação da protagonista Alma com Mauro, seu cafetão e por quem é apaixonada.
A primeira apresentação é no próximo domingo, 26, com duas outras datas: dias 28 e 30 de maio, sempre no Teatro Amazonas, a partir das 19h. Os ingressos para o festival estão à venda na bilheteria do Teatro Amazonas e pelo site Bilheteria Digital (www.bilheteriadigital.com/teatroamazonas), com valores que vão de R$ 2,50 a R$ 60.
Apelo global
Entre os momentos de maior popularidade do festival, Ça Ira, a ópera tradicional de Roger Waters sobre a Revolução Francesa trouxe a Manaus um dos grandes astros da música mundial. Waters era um dos integrantes do Pink Floyd, uma das bandas de rock mais cultuadas desde o fim dos anos de 1960.
Interiorização
Entre as estratégias para manter a visibilidade do festival está a interiorização das apresentações. No último final de semana, a “Ópera Mirim”, ação itinerante da SEC, levou a apresentação da obra “O menino e os sortilégios” à comunidade indígena Filadélfia, no município de Benjamin Constant, localizada a 1.121 quilômetros de Manaus, na região do Alto Solimões.
A comunidade Filadélfia tem cerca de 1,5 mil moradores das etnias Tikuna e Kokama. A apresentação foi realizada na quadra da Escola Municipal Indígena Ebenezer. O gestor da unidade, Luiz Artur Curico Rodrigues, disse que o evento despertou interesse desde o começo e que o impacto na comunidade será positivo.
“Eles nunca viram nenhum espetáculo de ópera. Quando falamos que o evento vinha, explicamos que era um show de cantos e gritos, porque ninguém sabia o que era, era como se fosse um bicho desconhecido. Mas agora as crianças vão ver e talvez se interessem em aprender, em ‘imitar’ os artistas. Vai ficar na memória deles”, afirmou.
“O nosso Festival de Ópera é um orgulho para o Amazonas. Reconhecido internacionalmente e com espetáculos grandiosos, fruto de meses de uma produção intensa”, ressalta o secretário de Cultura do Amazonas, Marcos Apolo Muniz.
“Em 2019, homenageamos o centenário do maestro e compositor amazonense Cláudio Santoro, que merecidamente dá nome ao nosso Liceu de Artes e Ofícios, de onde saem tantos talentos, alguns até participantes desse evento. Tivemos casa cheia em todas as apresentações até agora, com um retorno muito positivo do público. Tem sido um ano muito especial para o nosso Festival e ainda tem mais coisa boa vindo por aí”, finaliza Muniz.