Da Redação
MANAUS – Com o lançamento de programas mais recentes pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), a instituição está incentivando a criação de uma rede transversal de estudos integrando os diferentes campos do conhecimento. A finalidade é impulsionar o desenvolvimento de pesquisas oriundas das Ciências Humanas, Exatas e Biológicas com impacto na melhoria da qualidade de vida da população e no desenvolvimento socioeconômico do Estado.
Por meio desse novo direcionamento dado à gestão dos recursos voltados à Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no Estado, pretende-se garantir a adoção de soluções em resposta às demandas nas áreas consideradas estratégicas pela esfera governamental. A definição dessas áreas ocorreu a partir de estudos e debates realizados com a participação de representantes de diversos segmentos da sociedade, em especial, instituições de ensino, pesquisadores, órgãos do Governo e entidades não governamentais.
“É comum pensar em projetos verticalmente em determinadas áreas, enquanto que o incentivo aos estudos multidisciplinares vem crescendo nas universidades. Portanto, nossos editais, nos últimos tempos, vêm refletindo essa nova dinâmica de estimular a transversalidade das pesquisas com base nas áreas prioritárias para o desenvolvimento do Estado”, explica o diretor técnico-científico da Fapeam, Dércio Reis.
Novo formato de processo industrial – O gestor cita o caso da chamada Indústria 4.0 – apontada como a quarta revolução industrial. Segundo ele, pesquisas transversais vêm sendo feitas com o envolvimento de profissionais de Tecnologia da Informação, Engenharia e de Ciências Humanas, sendo estes últimos responsáveis por tratar das questões envolvendo o aspecto comportamental dos recursos humanos envolvidos neste novo formato de processo industrial.
“O interior do Amazonas, por exemplo, tem traços culturais enraizados. Então, já houve casos em que foram desenvolvidas técnicas que poderiam ser aplicadas com sucesso em empreendimentos rurais do Estado, contudo, devido aos hábitos de cultivo da terra aprendidos com os antepassados, a nova técnica não foi aceita, sendo que faltou estudo que pudesse avaliar o nível de identificação das pessoas daquela localidade com a nova técnica”, complementou.
Adequação à realidade regional – Outro aspecto que tem sido levado em consideração na seleção dos projetos pela Fundação é com relação à adequação do objeto de estudo à realidade regional. “Não adianta ter uma medicação adequada para determinada doença sem que se tenham casos da mesma naquele local, em determinado período. O ideal é ter conhecimento de onde aquele produto é necessário e em que momento, deve estar disponível”, frisou o diretor técnico, ressaltando ainda que “somente o conhecimento pode proporcionar a alocação correta dos recursos”.