Por Diogo Rocha, do ATUAL
MANAUS – Vice-líder do prefeito David Almeida (Avante) na CMM (Câmara Municipal de Manaus), o vereador Luis Mitoso (PTB) afirmou nesta quarta-feira (16) que “nem os vereadores da base [aliada]” têm fácil acesso ao diretor-presidente do IMMU (Instituto Municipal de Mobilidade Urbana), Paulo Henrique Martins. A declaração, em resposta à cobrança sobre pedido de informações ao IMMU, causou discussão entre os parlamentares governistas e da oposição.
Rodrigo Guedes (Podemos) disse que Mitoso admitiu que a base do prefeito na Casa Legislativa recebe tratamento diferenciado dos secretários municipais. Ele considerou a revelação grave.
“Agora está sendo aqui [na CMM] deixado claro que é diferente o tratamento, a gente sabe que é. Mas ele [Luis Mitoso] está admitindo que o vereador da base é tratado de forma diferente de um vereador independente ou de oposição, como queiram chamar. Então, isso é grave demais. Está trazendo aqui para a população a oficialização de que há um tratamento diferente”, afirmou Guedes.
A declaração de Luis Mitoso ocorreu após o vereador Fransuá (PV), líder do prefeito na CMM, anunciar que o diretor-presidente do IMMU irá à Câmara prestar esclarecimentos. Nesta quarta-feira (16), requerimentos dos vereadores Rodrigo Guedes e William Alemão (Cidadania) em que pedem informações ao órgão foram derrubados na votação.
Mitoso rebateu Rodrigo Guedes. Disse que o vereador de oposição não compreende o processo legislativo. “Eu sou vice-líder do prefeito [na CMM] e como vice-líder tenho demandas dos colegas parlamentares que chegam até a mim, até o vereador Raulzinho e até o vereador Fransuá, que são [respectivamente] vice-líder e líder do prefeito, para fazer essa ponte [entre] vereador e [Poder] Executivo. Eu falei na minha fala que estou tendo dificuldades com o secretário aqui pautado [do IMMU] porque ele não atende sequer o vice-líder”, disse Mitoso.
Em seguida, Guedes contestou ao afirmar que usou o termo “vereadores da base” e não “vice-líder do prefeito” ao relatar a inacessibilidade com o gestor do IMMU. “Está tentando mudar as palavras agora [o vereador Luis Mitoso] porque viu que falou algo muito grave”, afirmou Guedes.
O presidente da CMM, Caio André (Podemos), se irritou depois de ser cobrado pelo vereador Dione Carvalho (Patriota) para continuar a votação dos requerimentos e encerrar a discussão. “Nós estamos dando seguimento [aos trabalhos]. Os vereadores estão ligando os microfones para participar da discussão, você [Dione Carvalho] quer que eu cersei as palavras dos vereadores?”, perguntou Caio André.
O vereador Rosinaldo Bual (PMN) também criticou os argumentos de Rodrigo Guedes e sugeriu que as deliberações fossem retomadas na sessão. “Nós temos muitos projetos de lei importantes para discutirmos e que a gente não possa estar dando palanque aqui para talvez alguém que não tenha conteúdo e queira criar uma situação em cima da fala de um vereador”, disse.