Da Redação
MANAUS – O corpo do arcebispo emérito de Manaus, Dom Sérgio Castriani, será velado na Catedral de Manaus até às 16h30 da tarde desta quinta-feira, 4. A cerimônia começou às 10h quando o corpo foi levado para a igreja passando pelas principais ruas do centro de Manaus. O velório é aberto e fiéis devem respeitar o distanciamento uns dos outros.
O arcebispo Leonardo Steiner pediu que os fiéis sigam o exemplo de Sérgio Castriani e não se deixem abalar pelo luto e pelas dificuldades encontradas. “Dom Sérgio faleceu muito novo e muito novo teve que deixar de exercer o ministério episcopal. Imagina um homem de 65 anos, na plenitude de suas forças, perceber que não tinha mais condições, mas ele não deixou se tomar pelo desanimo, pelo desespero, ele continuou, na medida das forças, sempre presente, conversando, falando, sem voz, mas falando, escrevendo. Então esse homem que nunca deixou nos momentos mais difíceis de confiar em Deus e fazer a vontade de Deus é um grande exemplo para nós”, disse.
Dom Sérgio faleceu na noite de quarta-feira, 3, vítima de septicemia por grau negativo. Ele estava internado em hospital particular de Manaus desde o dia 26 de fevereiro com infecção urinária. No mesmo dia sofreu um infarto e foi levado à UTI, onde morreu. Ele tinha 66 anos e foi nomeado arcebispo de Manaus em 2012, permanecendo como líder da Igreja até 2019, quando se tornou bispo emérito por complicações causadas pelo Mal de Parkinson.
Uma missa de corpo presente será celebrada em sua homenagem na Catedral de Manaus, às 17h. A celebração será apenas com os diáconos e sacerdotes da igreja, além de poucos fiéis convidados. Após a missa seu corpo será enterrado no mausoléu dos bispos, na própria catedral.
Dom Leonardo Steiner afirmou que o maior legado deixado por Dom Sérgio é de ter sido um homem da Amazônia, inclinado à escuta e à serenidade.
“O legado de Dom Sergio foi ter vindo para Amazônia, ter morado na Amazônia, ter permanecido na Amazônia. Ele não veio para visitar, ele nunca mais quis sair da Amazônia. Mesmo como emérito ele podia ter buscado outro lugar, ele não quis, quis permanecer e graças à Deus permanecerá conosco. Esse vir para Amazônia e fazer da Amazônia a casa dele, mas também esse modo paterno, de saber acolher as pessoas, a serenidade dele, era um homem muito sereno. Ele escutava e escutava, diante das maiores dificuldades ele encontrava uma saída serena, às vezes firme, às vezes mais misericordioso, porque tinha uma serenidade, a serenidade da escuta”, disse.
Na fila para ver o bispo e prestar sua última homenagem, o funcionário público Roseno de Souza, 60, disse que não é um fiel tão assíduo da igreja, mas precisava dar seu adeus. “Não sou de grupos, mas venho quase todo domingo. Eu vim aqui (no velório) porque eu assisti quando ele tomou posse, achei ele uma pessoa muito de fé, ele transmite muita fé pra gente. Eu tinha que fazer isso, porque é uma pessoa muito boa mesmo”, disse.
A missa de corpo presente poderá ser acompanhada pela TV Encontro das Águas e pela Rádio Rio Mar.