Por Renato Machado, da Folhapress
BRASÍLIA – Em depoimento na CPI da Covid, o ex-ministro Nelson Teich afirmou que deixou o cargo porque não tinha autonomia que considerava necessária e que essa situação ficou mais evidente com as divergências com o presidente Jair Bolsonaro, a respeito da hidroxicloroquina.
“(Deixei o cargo) após constatação de que não teria a autonomia e liderança que imaginava indispensável para o exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação às divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento Covid-19”, afirmou o ex-ministro.
Teich disse que sua resistência a ampliar o protocolo para o uso da hidroxicloroquina – medicamento sem eficácia comprovada contra a Covid-19 – era baseada em suas convicções pessoais e baseadas em estudos.
“Existia um entendimento diferente por parte do presidente que era amparado na opinião de outros profissionais, até do Conselho Federal de Medicina que naquele momento autorizou a extensão do uso e foi isso aí que motivou a minha saída”, afirmou. “Sem a liberdade para conduzir o ministério conforme as minhas convicções, optei por deixar o cargo” , completou.