Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O ex-superintendente do Ibama no Amazonas Olímpio Ferreira Magalhães foi alvo da Operação Akuanduba, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira, que investiga crimes como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando, praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.
Olímpio Magalhães, que comandou a autarquia no estado amazonense entre setembro de 2019 e abril de 2020, foi alvo de busca e apreensão e de afastamento dos sigilos bancários e fiscal. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes também determinou o afastamento dele do cargo de diretor de Proteção Ambiental do Ibama.
As investigações indicam que Olímpio Magalhães foi o responsável por um despacho que removeu administrativamente o servidor Carlos Egberto Rodrigues Júnior para a área de licenciamento, sem prévia comunicação. A Polícia Federal aponta “fortes indícios” de que a remoção dele tenha ocorrido em represália, em razão da atuação contra desmatadores.
De acordo com a Polícia Federal, além de Olímpio Ferreira Magalhães, a remoção de Carlos Rodrigues Júnior teve participação de André Heleno Azevedo Silveira (coordenador de Inteligência de Fiscalização) e Leslie Nelson Jardim Tavares (coordenador de Operações de Fiscalização), que também foram alvo da operação.
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Para a Polícia Federal, a ação dos servidores teve objetivo de “obstaculizar eventual investigação da Polícia Federal que o servidor estivesse apoiando, uma vez que, ao ser removido para setor de licenciamento, perderia as prerrogativas de fiscal ambiental federal, dentre elas as credenciais de acesso aos sistemas informatizados da fiscalização”.
Cerca de 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo e Pará. Além das buscas, o STF determinou o afastamento preventivo de 10 agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente.
As investigações foram iniciadas em janeiro deste ano, a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras noticiando possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira.