Da Redação
MANAUS – Em 2018, na gestão do ex-governador Amazonino Mendes, o Governo do Amazonas investiu 21% da receita própria em saúde, acima do mínimo que determina a Constituição Federal que é de 12%, segundo o secretário de Saúde do Amazonas, Rodrigo Tobias. “O Estado gasta muito, mas não gasta bem os recursos de saúde”, afirmou Tobias em audiência na Comissão de Saúde da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) nessa segunda-feira, 8.
Tobias disse que a carga de investimento próprio no setor é muito alta: 83% em relação ao governo federal. “Precisamos chegar entre 60% e 40% pelo menos”, disse o secretário, ao defender a necessidade urgente de atualizar a pactuação (convênios e contratos) com os municípios, o que, segundo ele, não ocorre desde 2005.
“Precisamos co-financiar os municípios, porque é lá que está a resolutividade. Se o paciente não for tratado na rede básica, ele agudiza e vai precisar de atendimento na média e alta complexidade, no pronto-socorro”, disse.
Gasto com pessoal
Os maiores gastos são com servidores. Em 2018, foram R$ 904 milhões com a folha de pagamento, seguida dos contratos com empresas terceirizadas, R$ 644 milhões. Na manutenção da rede, foram gastos R$ 531 milhões e R$ 254 milhões na assistência farmacêutica. Em maio, Tobias pretende voltar à ALE para apresentar o balanço de janeiro a março deste ano.
Ainda segundo os dados de 2018, o Amazonas tem 66,14% de cobertura na atenção primária, acima da média nacional, que é de 65%. Tobias atribui esse desempenho à ação dos municípios. O secretário, que assumiu o cargo no dia 29 de março, defendeu a telessaúde para alcançar o interior e frear a demanda por atendimento na capital.
Terceirização
A Susam (Secretaria de Saúde do Amazonas) manterá a terceirização na gestão de hospitais como é o caso do Hospital e Pronto-Socorro da Zona Norte.
No mês passado, a secretaria assinou contrato com o Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) para administrar o hospital e a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Campos Sales, também na zona norte.
O valor do contrato é de R$ 172.120.805,00 por ano.